sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

E agora, José?



Você já ficou sem saber o que fazer da vida? Naquele famoso "Não sei caso ou se compro uma bicicleta"?

(Se bem que a bicicleta sempre ganha quando eu falo essa frase pra alguém)

Tem aquelas épocas que a gente não sabe o que fazer, se pinta o cabelo ou se corta (quando eu cortei não deu muito certo), se troca de carro ou fica com o velho mesmo (imaginando que ele já esteja quitado - o que não é o meu caso), se faz academia ou fica gorda mesmo (o qe é o meu caso!), se vai viajar ou se fica dormindo, se assiste tv ou se ouve música, se troca de namorado/a ou deixa do jeito que está, se leva o cachorro pra passear ou se brinca de jogar bolinha pra ele pegar, se come pizza ou churrasco, se come ou se faz regime...

São tantas as questões que a pessoa fica perdida. E eu estou assim.

Como se pode notar em uns posts atrás, eu estou insatisfeitíssima com o meu salário. Tá. Dai que resolvi parar de ficar só reclamando e tomar alguma atitude: Mandar currículos. Mandei três. Os três me chamaram pra entrevista. O primeiro (que foi há duas semanas) não me ligou, ao meu ver me deram um balão. Tudo bem, tem mais dois. O segundo, fiz entrevista ontem (sábado? É! Isso mesmo! Porque na minha profissão as pessoas têm o péssimo hábito de trabalhar nos finais de semana). Nesse, o cara queria que eu já começasse a trabalhar ontem mesmo. Falei que não era assim, que eu tinha que resolver ainda. Fiquei de dar a resposta segunda feira. E o terceiro, a entrevista é segunda. E hoje, domingão, eu estou aqui, sentada na minha mesa de trabalho esperando meu chefe (atual) chegar pra eu poder discutir com ele a proposta que eu tive ontem. Marquei as 10:00 e agora já são 10:31 e ele não deu o ar da graça.

O pior de tudo isso é que eu não sei o que eu quero. Seria só a questão do salário? Ou seia também a possibilidade de mudar de ares já que, se eu aceitar o emprego que me foi oferecido ontem, eu mudaria de cidade? Ou seria a possibilidade de mudança de tipo de trabalho? Dentro da minha área de formação, porém em diferente área de atuação? Olha, eu juro que não sei. Porque não deu tempo de pensar. Porque todo mundo quer tudo pra ontem.

Vou ter que decidir minha vida na manhã de segunda feira. Vou ter em torno de 1,5 h pra decidir se eu fico aqui, se vou pra lá ou pra acolá. Dai eu te pergunto: "E agora, José?"

Em homenagem a esse José, que se f#deu na historinha (e que eu espero ter final diferente do dele), vai uma parte do poema de Carlos Drumont de Andrade:

"José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?"

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

ERRATA


Recebi uma reclamação via msn e depois via OI a respeito do post "Sobre dias errados".

Meu Carinha resmungou que eu menti. Menti quando disse que ele não havia me convidado para ir até Deus me livre.

Agora veja você, convite pra mim pode ser feito de várias maneiras:

"E ai? Quando você vai vir me visitar?" ou "Vem pra cá pra conhecer a cidade" ou ainda "To com saudade, vem me ver..." (Tá, essa última ele não falaria mesmo, esquece).

Mas enfim, convite é convite!

Agora dar uma risadinha quando uma pessoa fala que vai na sua casa não é convite (pelo menos não pra mim). É, porque quando eu falei (umas 57 vezes) no msn que eu ia viajar pra ver onde ele tava, como é lá a cidade de Deus me livre ou mesmo que eu ia porque tava com saudade dele, ele me respondia assim: "hehehehe".

Bom, terminada a seção reclamação (de minha parte) via OI, ele me explicou que o lugar que ele está ficando (que é provisório) é muito pequeno e não tá cabendo nem ele lá dentro junto com a mala (que segundo ele ainda nem foi desfeita). E que não chamou nem os pais dele para ir até lá.

Sendo assim então tá perdoado o "não convite". Já que nem a mãe dele foi, então eu acho que posso esperar mais um pouquinho (porque passar na frente da mãe é mancada).

Porque assim, eu sou meio desesperada sabe? Você percebeu? É, ele também!

Calma que eu to tratando!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sobre Música


Eu não sou uma das pessoas desesperadas por música. Já fui, mas hoje não sou mais e vou explicar o porque.

Eu sempre fui (e sou, mesmo contra a minha vontade) uma pessoa muito emotiva.

Então teve a trilha sonora pra cada paixão que eu tive desde novinha (porque eu sou uma pessoa apaixonada e preciso estar assim, quando não estou as coisas perdem um pouco o sentido - to me tratando porque sei que paixão não dura pra sempre).

A primeira paixão arrebatadora que eu tive foi por um colega de escola. E nessa época o que mais se escutava era pagode (só pra contrariar, raça negra, etc). Nessa época pagode não me parecia ser tão insuportável como me parece nos dias atuais. Eu não sei porque sismei com esse garoto, só sei que essa paixonite aguda me seguiu (ou eu persegui o coitado) por uns 3 anos.
"Então volta e fala pra mim que é mentira, que não vai me deixar..." (Raça Negra)

Depois disso teve a paixão pelo professor do colégio. Tanto que fiz que namorei ele por 4 anos. Já nessa época o que tava em alta na minha cabeça era Sandy & Jr (é, eu era fã e ainda sou. Não do Jr. porque acho ele meio babaca mas eu curto a Sandy, e dai?) e algumas músicas vendidas nas novelas (não me lembro de nenhuma específica agora).
"Esse turu turu turu aqui dento, e faz turu turu quando você passa..." (Sandy & Jr.)

(Tá tudo bem, eu espero passar essa crise de risos que você está tendo. Se eu estivesse no seu lugar eu estaria fazendo a mesma coisa. Eu mereço isso mesmo)

Então veio a faculdade e junto com ela a coisa mais louca que eu vivi. O cara malucão que só usava preto e tinha cabelos commpridos. E bêbado! Como bebia aquela criatura. Bom, ele era extremamente inteligente (porque homem pode ser feio, mal educado, grosso, chato e até mesmo bêbado, mas burro jamais). E eu enlouqueci de amor por esse ser e assim me mantive por longos anos (uns 3 namorando e mais uns 4 tentando esquecer). Em 2008 foi a última vez que eu o vi e depois daquilo eu acho que encerrei o "causo". Mas foi a coisa mais intensa e louca que alguém podia viver. E nessa época eu descobri Ana Carolina. Tinha também Maria (Maravilhosa) Monte, como ele gostava de chamar, mas Ana Carolina foi o que embalou essa história.
"Eu e você não é assim tão complicado, não é difícil perceber..." (mas era complicado SIM!)

Depois veio o cara casado. É eu tive um affair com um cara que tinha idade pra ser meu pai e era casado com uma nega louca que me perseguia. Ele se separou, ficou comigo um ano e depois eu me fui. Agora a trilha sonora com esse cara eu já não me lembro mais (além dos gritos da ex-mulher louca que nos embalava nos sábados a noite, domingos a tarde, nas madrugadas... nunca entendi como uma mulher se prestava àquela situação. Meu amor próprio nunca me deixou entender aquilo).

Mas como eu não mereço só me f#der nessa vida (apesar de eu insistir nisso as vezes) eu conheci uma pessoa legal. Não me enchia o saco, não me cobrava, não me sufocava. A gente não tinha uma trilha sonora, a gente tinha um filme.

E pra fechar teve o Carinha. Aquele que já foi embora vai fazer um mês? Isso! Ele mesmo. Ainda ele? É, ainda ele. Ele me deu um cd de natal, o qual eu escuto e lembro dele, principalmente a parte que fala da camisa no cabide (tá, eu vou explicar: É que todas as vezes que a gente ficou junto eu peguei a camiseta dele pra vestir. Isso, igual a mulherada faz nos filmes. E ele falava que eu tava era fazendo mandinga pra ele. Antes fosse, talvez ele não tivesse ido embora).
"vou arrancar sua blusa e por no meu cabide só pra pendurar..."

Pois é, teve uma época que eu escutava música. E lembrava dos "amores perdidos" e chorava. Feito uma tonta eu chorava. Quando era adolescente eu chorava porque achava bonito chorar por amor. Depois quando já estava na faculdade chorava por desespero mesmo. Porque parecia que eu ia morrer se não tivesse comigo o doido que andava de preto. Agora na fase adulta eu resolvi não chorar mais.

Escutar músicas que fizeram parte da minha vida me fazem querer voltar ao passado e isso me dá um nó na garganta e a impressão que minha vida hoje é uma droga. Então não escuto mais.

Agora você está ai pensando: "Também, com essa trilha sonora até eu parava de escutar música". É isso ai! Da próxima vez eu falo das personagens...

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Sobre dias errados


Porque tem dia que realmente a gente deveria ficar deitado na cama o dia todo apenas com os olhos e o controle remoto da tv pra fora do cobertor.

Meu ombro direito está doendo. Porque o meu computador fica de lado na mesa porque não dá pra ficar reto porque os fios não alcançam.

O meu chefe parece um urubu em cima de carniça (no caso a carniça sou eu). Porque ele não para de ficar vindo até a minha mesa e perguntando "E ai? Como estão as coisas?". C@R@LH#!!! As coisas estão exatamente como estavam há cinco minutos quando você me perguntou: "E ai? Como estão as coisas?". Atrasadas. E eu? Eu to sem vontade de desatrasar porque você me paga uma merreca por hora. Tá, essa última parte da resposta eu não dei, simplesmente falo "ta tudo bem" ou pra variar um pouco "ta tudo indo".

O meu carro tá todo sujo. Porque eu não lavo mesmo, porque não vou pagar 20 conto pro cara bater uma água nele pra chover em cima logo depois. Porque chove TO-DOS-OS-DI-AS-A-TAR-DE!

Eu não consigo fazer exercício. Porque como chove TO-DOS-OS-DI-AS-A-TAR-DE, não dá pra eu ir até a lagoa pra correr. Porque se eu correr na chuva eu vou ficar doente. E academia, esquece! Além de eu odiar ficar presa com um monte de marmanjo que fica tendo ereção ao olhar para os próprios músculos no espelho, eu não tenho grana pra pagar. Nem a mais boqueta das academias.

Eu peço pra criatura fazer um serviço e depois eu tenho que ir atras acabando ou corrigindo. Porque não dá pra prestar atenção no que está fazendo. E ai de mim se entrego sem conferir. Odeio conferir serviço dos outros.

E eu não consigo imprimir as coisas que preciso pra poder desatrasar as entregas. Porque quem deveria cuidar da impressora não cuida. Porque ninguém faz o meu serviço, então eu me recuso terminantemente a fazer o serviço dos outros.

E eu as vezes lembro do Carinha. Porque aquela criaturinha que Deus fez não está mais aqui perto de mim. Está lá em Deus me livre. Longe uma porrada de quilômetros. E eu não tenho grana pra ir lá (não que ele tenha me convidado, porque ele não convidou mesmo). E eu tenho que esquecer mas as vezes é complicado. Mas vai passar.

O meu computador não faz o que eu quero. Porque provavelmente eu estou mandando ele fazer errado. Porque ele não entende quando eu grito com ele assim "ABRE ESSA MERDA DE PROGRAMA LOGO!". Porque falta a comunicação verbal com a máquina.

E pra terminar, o dia não termina. Porque faltam duas horas pra eu poder sumir daqui e aparecer em outro canto (quase teletransporte). Mas dá meia noite e não dá seis da tarde hoje.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sobre exame de sangue


Dai que ontem eu fui fazer exame de sangue. Nada grave, só aquelas coisas normais de sempre, hemograma completo, tireóide... e outras coisas que eu nem sei o que são. Check up, apenas isso!

E vamos combinar que tirar sangue nem é um dos piores exames que a gente tem que fazer (principalmente as mulheres), é uma picadinha que arde um pouquinho e em um minutinho já acaba. Simples assim.

Fui eu lá no laboratório. 9:15 da manhã porque eu tinha feito o favor de comer no dia anterior as nove da noite (porque a minha lombriga estava devorando meu estômago).

Atendente: "Bom dia! 12 horas de jejum?"

Eu: "Sim. Na verdade 11 horas e 50 minutos, tem algum problema?"

Atendente: "Não, não. Só sentar ali e aguardar que a enfermeira já vem chamar."

Eu: "Tá bom, obrigada."

Sentei na cadeira confortável e fiquei olhando pra máquina de chocolate com uma vontade enorme de enfiar a boca embaixo daquela torneirinha (que não é torneira mas é por ali que sai o chocolate quente) e ficar uns 5 minutos tomando aquilo, porque eu tava morrendo de fome.

Enfermeira: "Bom dia! Vamos entrar?"

Eu: "Bom dia! Vamos."

Peguei minha bolsa e entrei naquela salinha apertada e branca. Nossa como as coisas são brancas! Acho que é esso o problema desses lugares médicos. É tudo muito sem cor, tudo muito apagado. Dá a impressão que você já morreu e tá no céu num dia nublado. Sentei, pendurei minha bolsa no gancho que tinha na parede e coloquei meu braço semi transparente com as veias todas aparecendo (como um mapa hidrográfico) naquele aparador para a enfermeira quase me mutilar com aquele elastiquinho do inferno que faz com que a mão da gente já fique formigando.

Elastiquinho apertado, agulha em mãos e lá vamos nós. Ela olhando pra minha veia, eu olhando pro lado de fora da salinha e o coração já batendo mais forte. Picada ardida! Senti ela colocando o primeiro tubinho na agulha. Logo ele ficou cheio e veio o segundo tubinho. Esse já demorou um pouquinho mais a encher e eu ali imaginando que logo meu sangue ia para de jorrar ali dentro e ia demorar mais ainda pra encher o terceiro tubinho. Tirado o segundo tubinho. Espetado o terceiro. Pra mim o mundo já começou a ficar um pouco mais lento, um zumbido bem baixinho começou a acontecer dentro da minha cabeça. Pensei "Ufa, ainda bem que é o último". Tirado o terceiro tubinho e para a minha surpresa ela espeta o quarto tubinho la no meu braço (e ai sim fomos surpreendidos novamente). Que a essas alturas já não era um simples tubinho, era um balde que não tinha fundo. É incrível como aquelas coisinhas pequenas podem se tornar tão grandes. Dentro de cada frasquinho daquele cabia provavelmente um metro cúbico de sangue.

Comecei a ver pontinhos pretos por todo lugar. Ela tirou o quarto tubinho, e colocou aquele esparadrapo no meu braço e falou pra eu apertar. Ah tá! Apertar! Eu não tava nem tendo forças pra manter minha cabeça erguida.

Enfermeira: "Tá tudo bem?"

Eu: "Tá sim"

Ela foi levar o sangue pra outra sala e eu fiquei ali sentada morrendo de vergonha de desmaiar, afinal com 1,7m de altura e 29 anos nas costas, passando mal pra tirar sangue? Pensei que se eu me concentrasse e respirasse fundo tudo aquilo ia passar e eu ia sair dali andando como uma pessoa normal. Inspira, expira, inspira, expira. Tá, não tava dando certo. Lembrei de uma outra vez que eu também tinha passado mal e a enfermeira tinha pedido pra eu abaixar a cabeça até os joelhos. Tentei isso de novo. Não deu resultado e a enfermeira ainda me pegou abaixada.

Enfermeira: "Você tá passando mal?"

Eu: (zumbido alto no ouvido, pontinhos pretos se multiplicando tão rápido quanto a velocidade da luz) "Acho que eu to passando um pouquinho mal..."

Enfermeira: "Vem aqui na outra sala deitar um pouc......." (e a voz dela sumiu no zumbido)

Foi quando eu comecei a sonhar com um pessoal da escola que não via há muito tempo. De repente meu sonho foi interrompido porque alguém me chaqualhou. Abri os olhos e vi uma outra mulher ai em cima de mim perguntando pra outra se eu tinha vomitado, dai percebi que pela n-ésima vez eu tinha desmaiado tirando sangue.

Fiquei la deitada mais ou menos uma meia hora pensando que não tinha jeito, que isso ia me acompanhar a vida toda e se um dia eu tivesse filhos eu não ia sequer brigar com eles por darem vexame em laboratórios médicos (assim como mamãe fazia comigo). Eu sou um fracasso. Como disse meu chefe "você é uma mulher ou um pé de couve?" Sendo que pé de couve não precisa tirar sangue, ná próxima vida pretendo responder essa resposta com um "Sim, eu sou um pé de couve".

E falando em ter filhos... dá pra me apagar e só me acordar quando eles ja tiverem 18 anos?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sobre o que fazer da vida


Acordo antes das sete da manhã, já sem precisar de despertador. Todos os dias, inclusive sábado e domingo. Vou trabalhar e fico lá pelo menos até cinco e meia todos os dias. Volto pra casa e tenho que fazer janta, arrumar a cozinha, jantar e sentar a bunda de novo pra trabalhar. Sabe porque? PORQUE EU GANHO MUITO POUCO.
Agora me fala, como é que a pessoa consegue melhorar a conta bancária se não tem tempo pra nada, só pra trabalhar pra pagar as contas? Assim, realmente, não dá!

Veja a situação. Trabalho sem registro (subentende-se portanto que eu deveria ganhar mais para ter alguma vantagem, mas não!), ganho metade do que as pessoas com a minha profissão estão ganhando (eu não to ganhando nem o piso salarial que deveria), tenho que trabalhar a noite (venda do corpo? não.. antes fosse.. ganharia mais. Porém, não tenho vocação pra ser puta) fazendo projetos por fora porque se não eu não consigo pagar minhas contas, não tenho tempo pra fazer exercícios (e nem dinheiro) porque to trabalhando fora do horário comercial e a minha bunda tá ficando cheia de celulite, não consigo estudar o que deveria pra passar num concurso porque não tenho tempo (porque continuo trabalhando). Se muito to tendo tempo de comer e dormir (pouco, já que meu corpo já sabe que precisa estar acordado para estar trabalhando.. porque faz tempo que ele não sabe o que é fazer outra coisa). Pago aluguel, moro numa casa pequena (porém sozinha, o que é ótimo porque ando insatisfeita de ter que dividir o mundo com outras pessoas), meu carro não ta quitado e o freio continua ruim (mesmo com tentativas constantes de explicar para o mecânico o que acontece), meu ombro doi porque minha mão tá basicamente com formato do mouse.

Agora pergunto eu: QUE PORRA DE VIDA É ESSA?

Se eu não tenho tempo de cuidar da minha saúde porque eu to trabalhando, não tenho tempo de estudar pra conseguir passar num concurso porque to trabalhando, não tenho tempo de me divertir porque to trabalhando... e to trabalhando porque não consigo pagar minhas contas... então... tem alguma coisa errada! E hoje eu entendo a frase "QUEM TRABALHA NÃO TEM TEMPO PRA FICAR RICO".

A vida não pode ser assim não. E quem vai descobrir isso em uma semana é o meu chefe!

CANSEI!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Sobre Mães


Eu acho que quando as mulheres têm filhos, antes de dar a criança pra mãe segurar, o médico traz um contrato secreto com uma cláusula única que diz:

"Terás o direito de atormentar o teu filho quantas vezes quiseres, a qualquer tempo desejado, da maneira que bem entender e sem nunca precisar lhe dar explicações a respeito do motivo, se ele existir".

Dai a mãe assina aquilo no lugar de contratante e o médico coloca a digital da criança no lugar do contratado e então um pombo correio leva esse contrato direto pro céu, reconhece firma no cartório celestial e entrega pro assistente de Deus, que escaneia e guarda o arquivo no servidor (G:/céu/contratos/filhos/tormentos).

Só que nós, mulheres, só descobrimos isso quando a criança nasce. Só pode ser assim que tudo começa. Não achei outra explicação plausível.

Estou eu trabalhando no aconchego da minha mesa quando a minha mãe me liga (o pedreiro está fazendo um serviço em casa que eu já tinha acertado com ele):

Mãe: Filha, o Pedreiro falou que precisa passar todo o encanamento por cima da casa porque ta dando vazamento na vizinha. E a dona Fulana e a dona Cicrana já fizeram assim e ficou bom. Quero fazer assim aqui em casa também. Ah, e precisa trocar a caixa d'água e trocar as ripas do telhado. Vou passar pro Pedreiro e você acerta com ele.

Pedreiro: Alô

Eu: Oi sr. Pedreiro, então tem tudo isso pra fazer é?

Pedreiro: É sim, porque as ripas tão tudo torta e por isso pinga quando chove e já que vai desmontar o telhado pra trocar a caixa d'água então já aproveita, e passa os cano por cima da casa.

Eu: E isso tudo vai dar quanto?

Pedreiro: $$$$$ dinheiros.

Eu: Tudo isso?

Pedreiro: Só isso.

Eu: Então é melhor fazer por partes porque eu ainda vou ter que comprar as ripas e a caixa d'água. Faz assim então, passa os canos por cima pra não dar mais problema e dai eu te pago esse serviço. Pra fazer isso fica quanto?

Pedreiro: $$ dinheiros.

Eu: Então dá pra fazer assim? Porque dai eu te pago, deopis eu compro as ripas e a caixa d'água, pago esse material e depois eu te pago o serviço. Dai vai ficar $$$ dinheiros né?

Pedreiro: Isso. Pode ser assim sim.

Eu: Então tá, tchau.

Pedreiro: Tchau.

Volto para a tranquilidade das minhas atividades diárias, e no final do dia ligo pra minha mãe.

Eu: Oi mãe, tudo bem ai?

Mãe: Mais ou menos!!!!!

Eu: Porque? Aconteceu alguma coisa?

Mãe: VOCÊ FALOU PRO PEDREIRO QUE ERA PRA ELE SO FAZER O ENCANAMENTO E NÃO QUER FAZER A PARTE DA CAIXA D'ÁGUA!!!! AGORA ELE VAI TER QUE DESTELHAR O TELHADO PRA PASSAR OS CANOS E JÁ QUE ELE DESTELHOU O TELHADO ELE JA PODERIA TROCAR A CAIXA D'ÁGUA PORQUE SE NÃO ELE VAI TER DOIS TRABALHOS, VAI TER QUE DESTELHAR TUDO DUAS VEZES!!! E NÃO TEM ESCADA GRANDE E ELE VAI TER QUE TRAZER A ESCADA DUAS VEZES PRA CÁ!!! VOCÊ NÃO PENSA NÉ!!!!

(ela falou tudo isso sem nem respirar, nem sei como não morreu sem oxigênio)

Eu: Posso saber porque você está brigando comigo?

Mãe: PORQUE VOCÊ NÃO PENSA!!! COITADO DO RAPAZ, ESSE SERVIÇO CANSA VOCÊ SABIA?

Eu: Olha! Eu não sabia que o cara ia ter que destelhar tudo duas vezes, ele não me falou nada!

Mãe: Achei que você sabia, você não é engenheira?

Eu: Eu não sou engenheira que trabalha em obra, não sei se você sabe mas eu faço projetos! E outra, se eu estivesse ai ele ia fazer o que eu mandar, como eu não estou ele vai fazer da cabeça dele e eu não sei o que tem dentro da cabeça dele se ele não falar!

Mãe: Eu vou comprar o material todo e dividir tudo no cartão. Tem os $$$$$ dinheiros pra pagar o Pedreiro?

Eu: Tem.

Mãe: É seu ou meu?

Eu: Seu.

Mãe: Então eu vou mandar ele fazer. Você vem pra cá pra comprar as coisas?

Eu: Não! O cartão é seu, o dinheiro ta na sua conta, você já resolveu que vai fazer assim, pra que você precisa de mim?

Mãe: Mas você vai vir pra cá no final de semana então?

Eu: Não. Pra que você precisa de mim se você já resolveu tudo?

Mãe: Então eu vou ligar pro Pedreiro e combinar com ele.

Eu: Tá bom. Faz do jeito que você quiser.

Desliguei o celular porque eu não queria mais falar com ela de noite. Dai hoje de manhã ela me liga:

Eu: Alô

Mãe: Oi. Olha, liguei pro Pedreiro e falei que vai ficar do jeito que tá. Dai você vê ai o material e faz do jeito que você quer.

Eu: Porque?

Mãe: Porque eu não quero fazer mais nada.

Eu: ..... (porque então me encheu o saco ontem??? ah.. deve ser por causa do contrato que eu assinei quando nasci...) Mãe, depois a gente conversa.

Mãe: Faz do seu jeito.

Eu: Mãe, to no serviço, depois a gente conversa.

Mãe: Tchau.

Eu: Tchau.

Agora me fala, o que foi que eu fiz????????

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Sobre Aeroporto



Dai que ontem eu fui no aeroporto.

Aeroporto é um lugar interessante, a gente pode observar várias reações. Tem aquelas pessoas que estão indo viajar a trabaho e levam só a pasta do notebook e uma malinha pequena. Tem gente que chega com um monte de mala e com cara de mal humor (provavelmente por ter que carregar aquilo tudo sozinho) e vai direto pra fila do check-in. Tem gente que chega em comboio, todo mundo feliz e contente, com muitas malas e travesseiros, muita falação (as viagens de galera) e uma alegria só. Tem gente que chega com a família, dai é uma abraça-daqui-abraça-dali, a mãe com cara de "meu filhinho tá indo embora", o pai com cara de "esse muleque ta me dando despesa de mais", a irmã com cara de "eu vou viajar pra lá pra conhecer os amigos novos do meu irmão". Tem gente que chega pra buscar quem ta chegando e fica amontoado com outros tantos na porta do desembarque como se a pessoa não pudesse andar dois metros sem ver que tem alguém ali esperando por ela (e tem uns que até ficam dando tchauzinho assim que enxergam o "chegante" saindo da pista). Tem gente que chega pra buscar alguém e fica andando de um lado pra outro e reclamando que o avião não chega logo. Tem gente que vai comer e esquece de pegar quem chegou... Em aeroporto tem de tudo. E é interessante observar.

Mas quero falar de um tipo de gente em especial. O tipo de gente que vai levar alguém pro aeroporto pra se despedir. O processo todo começa dias antes, a despedida na verdade começa a partir do instante que se fica sabendo da partida de alguém. Dai tudo vira despedida. É a última vez que andam no mercado, é a última vez que vão naquele restaurante, é a última sexta feira que vão passar juntos, é a última transa, a última festa, o último passeio... tem milhares de últimas coisas que acontecem desde o início da despedida. E aquele friozinho na barriga vai aumentando proporcionalmente com a quantidade de últimas coisas que vão sendo feitas.

Até que chega o último dia. Quem vai, geralmente não sente tanto porque está indo pra um lugar novo, conhecer gente nova, fazer coisas novas. Quem fica é que fica com tudo velho, todos os lugares que passou junto com quem já não está mais por perto, e são lugarer que estão no cotidiano daquele que ficou, então, dia após dia as lembranças estarão ali do lado, andando na calçada, comendo na cadeira vazia ao lado no restaurante que era frequentado, na sala de aula que já não estará mais completa.
Quem fica, sofre! Mesmo que não queira, mesmo que tente esquecer, mesmo que diga que não, mesmo que se faça de desinteressado. Quem fica, sofre! E muito. E não tem o que fazer.

Bom, voltando. A última ida ao aeroporto. No caminho, sem que a outra pessoa perceba, tem o último carinho, o último beijinho no carro, a última olhada naquele lugar. E até ai a pessoa que fica ainda consegue se controlar, o problema fica grande mesmo quando chega no aeroporto. Ali é o lugar da despedida, o último lugar onde as pessoas vão se ver (não que a outra vá morrer saindo dali ou que a própria vai perder a vida assim que a primeira se for) mas é, oficialmente, o último lugar. O que representa o fim de uma história ou de um ciclo ou de um sonho ou de uma esperança, o fim de uma etapa, isso pra quem fica. Porque pra quem vai representa o inicio e não o fim de tudo isso. Por isso dói mais pra um e menos pro outro.

Quem chega "bem" no aeroporto para se despedir não sai de lá do jeito que entrou. Por mais que as lágrimas sejam contidas e que a imagem seja de tranquilidade, todo coração sai dali partido de uma forma ou de outra.

Lógico que não estou falando de tudo isso a toa. Eu sou o tipo de gente que se despede, eu sou o tipo de gente que sai do aeroporto com o coração quebradinho em milhares de pedaços e eu NÃO sou do tipo de gente que segura as lágrimas. Chorei, chorei sim! Muito! De faltar o ar e dar aperto no coração. O último abraço, o último beijo, sentir pela última vez o calor do corpo da outra pessoa e o seu perfume, ver a pessoa desaparecendo ali naquela porta de embarque é muito triste. E nesse momento que escrevo sinto uma parte dessa dor que senti no aeroporto.

É, eu fiquei. Ele foi. Mas o mundo continua girando e a vida vai atropelando quem pára no meio do caminho, então mesmo chorando e sentindo e chorando de novo preciso ir andando em frente. E é isso que cada um acaba fazendo. Porque simplesmente têm coisas que não dependem da gente e se a vida quis assim, que o aeroporto fosse minha última lembrança, assim será.

Conheci uma pessoa que me fez aprender a gostar muito dela. Uma pessoa admirável, que se dispôs a me ajudar e o fez com muita paciência e gentileza, que me conquistou com o seu jeitinho calmo e divertido, que conversando me fez enxergar que as possibilidades que a gente tem na vida são tantas que as vezes não compensa insistir em algo que sabemos que não terá muita recompensa, me incentivou (e incentiva) e dividiu comigo o seu sucesso (e eu fiquei muito feliz por ele, porque sinto muito prazer em ver as pessoas que eu gosto felizes e se dando bem), me mostrou que não precisa ser estressado e desesperado pra conseguir as coisa, que tem que pensar positivo, que eu tenho que acreditar em mim.

E agora essa pessoinha que eu gosto tanto está sendo tirada do meu convívio por motivos maiores (e diga-se de passagem, muito bons motivos!!!) mas deixou sua marca no meu caminho e por isso eu vou levá-la pra sempre no meu coração. E sei que daqui alguns anos eu ainda vou lembrar e vou ter por Ele o mesmo carinho que eu tenho hoje.

Existem algumas pessoas que são especiais e nos fazem ter uma dorzinha apertada no peito por estarem longe mas também uma incrível alegria porque um dia estiveram por perto e se fizeram destacar entre as demais.

"Meu Preto, muito boa sorte com a sua nova vida, sorte com as pessoas que cruzarem o seu caminho, sorte no trabalho, sorte pra sempre!!! Sua passagem pela minha vida não foi a toa e eu gostei muito de tudo o que a gente viveu. Você sempre sempre sempre estará guardadinho no meu coração e eu, mesmo de longe, sempre sempre sempre vou estar torcendo muito por você! Te adoro muito! Beijo da sua Branquinha"

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Sobre Presentes


É, quem é que não adora ganhar presente? Ainda mais quando a gente nem está esperando. E tem alguns que marcam a gente.

Eu lembro de quando eu fiz cinco anos e ganhei uma pantera cor-de-rosa de pelúcia. Gente o que foi aquilo?! Eu amava de paixão aquela pantera. Meu pai, muito "espirituoso" deu o nome do bicho de "Pinguelão", e eu como era pequena e não tinha imaginação muito boa (deficiência esta que me acompanha até os dias de hoje), aderi. E eu carregava o "Pinguelão" pra lá e pra cá atracada no pescoço dele. Teve até um dia que o posto de gasolina que tinha em frente a minha casa resolveu pegar fogo no meio da madrugada, dai foi a vizinhança naquele vuco-vuco sair correndo das casas com medo de explosão e lógico que Mamãe fez igual. Veio me acordar para a tal fuga e a única coisa que eu pensava era "Ai meu Deus! Minha casa vai explodir e eu não vou ter lugar pra morar. Preciso pegar o "Pinguelão"! É, eu gostava muito dele!

OK, eu confesso! "Pinguelão" está guardadinho no meu guarda roupas até hoje e ai de quem mexer nele!

Outra coisa que me marcou foi meu primeiro carro. Presente de um ex namorado e de Mamãe (convenhamos que depois de "Pinguelão" demorou pra eu ganhar outra coisa que me marcasse tanto - lógico que tiveram outros presentes pelo meio do caminho mas se eu fosse falar de todos o texto ia ficar um pouquinho grande). Cheguei em casa um dia e lá estava ele! Prateadinho e brilhoso na minha garagem!

Mas eu comecei a falar de presentes porque pra mim, presentes sempre significam alguma coisa. Não aqueles presentes de amigo secreto que você é obrigado a comprar praquela pessoa que você, no fundo, quer que engasgue e morra. Ou aquele presente que você comprou porque foi convidado pra festinha e ia ficar chato chegar lá só pra comer. To falando de presente de verdade. Presente fora de data especial, presente fora de hora. Aquele que ficou claro que a pessoa pensou em você de verdade quando comprou.

Esse tipo de presente que a gente fica com cara de bobo, porque não esperava, que dá aquela surpresa e que faz a gente se sentir especial. É, não to falando isso tudo a toa. Eu ganhei um desses.

Todo mundo já sabe que meu Carinha está indo embora por conta do concurso que ele passou. Dia 31 recebi a noticia "Olha, me chamaram lá do concurso. Vou começar a trabalhar em dez dias" (com o devido sotaque). É foi assim, rápido e mortal, mas não vou falar disso agora. Vou falar do meu presente. Ele foi pra lá acertar as coisas dele e antes de ontem ele voltou pra cá pra encerrar os compromissos dele por aqui. Eu fui busca-lo no aeroporto e quando chegamos na casa dele eu ganhei o meu presente. Um vestido lindo que ele me trouxe de lá. Aquilo me fez ficar muito feliz, saber que mesmo de longe ele lembrou de mim. Isso porque ele é uma pessoa de poucas palavras, então enquanto eu me derreto ele permanece sempre inabalável, mas talvez seja só porque ele seja assim mesmo e não porque ele não goste de mim. Fiquei feliz porque aquilo significou pra mim mais do que todas as palavras dele poderiam ter dito.

Presente assim é gostoso de mais.

To florzinha né. É... logo passa!

(Deu até saudade de abraçar meu "Pinguelão" depois dessa... MANHÊÊÊ!!! To indo pra casa!)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Porque a gente se enrola?


Estive pensando em minhas férias (longas férias de 11 dias já que há 3 anos não sabia o que eram férias), porque a gente se enrola tanto nessa vida?
Se o cabelo ta crespo, alisa. Se ta liso, enrola. Se ta magra de mais (o que era meu caso uns dois anos atrás), tenta engordar (ou pelo menos criar bunda). Se ta gorda (atual situação), quer emagrecer. Se ta namorando, quer ser solteira. Se ta solteira, procura desesperadamente por um ser que assuma compromisso. Se ta morando fora de casa, quer voltar pra casa de mamãe. Se está na casa de mamãe, quer morar sozinha. Se compra uma sandália, falta o sapato fechado. Se compra a porra do sapato fechado, não tem sandália pra usar. Se trabalha, quer ficar em casa. Se ta desempregada, quer muito arrumar emprego... E assim vai.
Nunca nada ta bom do jeito que tá.
E eu sou a rainha do "me enrolar". Quando ta tudo certinho, tudo tranquilo, tudo encaminhado, eu surto e não quero mais nada daquilo. Dai vou eu em busca de algum "bau perdido", desbravando "áreas ocultas", me embrenhando no meio da mata fechada. E lógico, fazendo isso fica tudo claro e simples, dai perde a graça de novo.
Acho que eu preciso urgentemente voltar a ver minha psico...não fossem os 80 reais por hora que eu tenho que deixar lá com ela eu voltaria (e olha que eu fazia valer o dinheiro porque a quantidade de abobrinha que eu falava pra ela não tava no gibi).
Porque não to muito em condições sabe. A grana ta curta (to ganhando metade do que eu deveria ganhar, então pra não ficar louca e devedora, escolhi ficar só louca. Assim pelo menos pago minhas contas).
Tem gente que não pode ver uma pocinha de lama qua já vai lá enfiar o dedão do pé olhando em volta pra ter certeza que não tem ninguém ali que esteja observando tal atitude. Dai vai ficando gostosinho, gostosinho... e quando vê, PUFT!!! vai o pé todo pra lama. Os dois pés, a bunda, lama pra cima, cai na cabeça. Então a criatura olha e percebe que tem que sair dali e se limpar. E dá um trabalho, mas da pra limpar. Então quando ta tudo limpinho de novo a criatura imbecil vê outra pocinha e faz tudo de novo.
Conhece alguém assim? "Oi muito prazer!"
Eu me mereço mesmo!!!

Sobre o trote no ladrão

Daí que o golpe do seqüestro da filha já está manjadíssimo e os caras continuam a usar isso. Eu sempre quis atender um desses num dia que eu estivesse inspirada porque daí eu ia passar um trote na criatura, e como sempre vale a pena esperar, esse dia chegou.
Eu: Alô
Menina: MÃÃÃÃÃEEEEEE, SOCORRO MÃÃÃÃÃEEEE,EU FUI ASSALTADA!!!!!
Eu: Mas o que houve? Onde você está?
Menina: MÃÃÃÃÃEEEEEE, SOCORRO MÃÃÃÃÃEEEE,EU FUI ASSALTADA!!!!!
Eu: Onde você está???
Menina: MÃÃÃÃÃEEEEEE, SOCORRO MÃÃÃÃÃEEEE,EU FUI ASSALTADA!!!!!
Eu: Ô MENINA!!! EU NUM TE CRIEI BURRA ASSIM NÃO!!! TO PERGUNTANDO ONDE VOCÊ ESTÁ! ME RESPONDA!!!
Menina: EUTO NUM CARRO, ME ASSALTARAM.. PERAI QUE O “MOÇO” QUER FALAR COM VOCÊ.
Eu: Então tá, passa pro “moço”.
Ladrão: É o seguinte senhora, minha intenção não é envolver a polícia, é resolver com a senhora mesmo. Nóis tamo aqui cá sua filha e queremo vinte mil reais pra liberá ela. Mas se envolver a polícia nóis mata ela.
Eu: Aaahh não! Muito caro!
Ladrão: E a senhora tem quanto?
Eu: Ah... uns 100 reais...
Ladrão: E no banco?
Eu: Uns 500... negativo
Ladrão: E dá pra pegar quanto mais lá do seu limite?
Eu: Nada. Já estourei tudo. Eu to devendo muito no banco, se eu for lá eles me prendem e não me deixam sair nunca mais.
Ladrão: Então a senhora vai lá e faz um empréstimo de três mil reais...
Eu: Hummm num vai dar! Meu nome ta sujo...
Ladrão: Quanto a senhora tem ai então?
Eu: Uns três reais...
Ladrão: E os cem que a senhora falou que tinha?
Eu: Cem? Que cem? Num tenho não...
Ladrão: Olha senhora, a gente pegou a pessoa errada. A gente achou que era filha de um empresário então a gente vai liberá ela. Mas eu tenho que ligar pro meu chefe e avisar ele, então a senhora pega esses 100 reais que a senhora tem ai e vai na farmácia que tem ai perto e coloca cem reais de crédito no meu celular pra eu poder ligar pra ele. Anota ai,o celular é da claro....
Eu: Ah!!! Nãooo!!! Liga a cobrar!!! Ou dá o número ai que eu mesma ligo...
Ladrão: A SENHORA TA DE BRINCADEIRA? QUER QUE EU ENFIE UMA BARRA DE FERRO NA CARA DA SUA FILHA?
Eu: Ah pode!!! Essa ai não vale nada não moço...
Tu tu tu tu tu tu....
Agora me fala, se você fosse o ladrão, você ia demorar tanto assim pra descobrir que eu não tenho uma filha?
Da próxima vez eu vou fazer de conta que sou uma atendente de telemarketing:
“Prezado seqüestrador, se quer falar com a mãe da vítima, pressione 1. Com o pai, pressione 2. Com o tio, pressione 3... não desligue... a sua ligação é muito importante para nós... “
Juro que vou!!! Porque ser ladrão vale cem reais de crédito no celular, mas ser um jumento não tem preço!!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sobre a Mulherada


Daí que na terça entre natal e ano novo fui no ap da amiga pra conhecer .
Chegando lá tinham mais 3 garotas. A amiga tinha acabado de fazer 30 anos (três dias antes), a tia da amiga já tinha os seus 30 completos, eu com meus 29,5 (quase lá) e as outras duas com seus 28 (essas ainda estão um pouco longe da linha de chegada).
Foi uma reunião de mulheres! E eu, que geralmente converso muito com a homarada, fiquei feliz de estar ali e perceber que as conversas loucas que eu tenho com os amigOs, posso ter com as amigAs também. Porque eu O-DE-I-O mulher chata e fresca que se acha princesinha e não consegue nem pronunciar a palavra pinto, por isso eu acabava, no geral, me restringindo aos amigOs e deixando um pouco de lado as amigAs.
A noite foi ótima. A começar da maionese MA-RA-VI-LHO-SA que a amiga faz (que inclusive eu esqueci de trazer uma marmitinha – sacanagem da grande!!!) passando pela carne da tia que estava fabulosa (metade com bacon, metade sem bacon) até chegar ao final com as conversas bizarras que surgiram ali. Falamos de homens. Falamos muito. Mas isso porque eles nos dão motivos para falar deles.
Foram frangos, cogumelos, mexericas e daí por diante (se você não entendeu nada não se preocupe, é que as coisas foram estranhas mesmo e só entende quem esteve lá).
Uma das amigas que passou o rodo na galera e tem tara por dentes, a outra que fez agachamento com o professor da academia grudado nela (só pra constar: A encenação disso foi ótima demais), a outra que só escutava e não contava os próprios podres (Ela apenas falou que uma vez conseguiu colar o olho com super bonder -Você não acredita? Mas foi verdade), a tia que doa porque é caridosa (essa foi a melhor) e eu, que não sei o que faço da vida, coloquei até o Carinha na roda e outras coisinhas mais que não convém nem contar porque nem eu acredito ainda (porque eu só faço cagada, mas isso todo mundo já sabe).
Fazia tempo que eu não tinha uma noite dessas, valeu cada minutinho lá. Perceber que loucura pouca é bobagem e que todo mundo baba um pouco. Foi um momento “Normal” (lembra do post dos “Momentos”? Então, é um daqueles), onde eu pude me sentir como qualquer outra pessoa nesse mundo e não um erro de experiências genéticas.
E olha que tava todo mundo sóbrio... A reunião da Mulherada foi muito boa e espero que se repita mais vezes.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sobre Partidas e Chegadas

Daí que todo mundo que um dia chega, um dia vai embora.
Estava eu saindo do shopping, que agora está pelo menos transitável, e eis que o Carinha manda uma mensagem me pedindo para dizer qual dos números de celular eu usaria no dia seguinte porque ele ia me ligar. É, eu tenho 4 chips de celular pra conseguir falar com todo mundo que eu preciso sem gastar o meu salário todo nas contas de telefone, porque quem é pobre tem que usar os bônus e dividir certinho os minutos pra não ficar sem falar com ninguém (estou precisando escrever no site “vida de merda”). Voltando, então eu resolvi ligar pra ele antes de chegar amanhã. Porque eu sou curiosa sabe? Num me fala que tem coisa pra contar mas que depois conta porque isso me enlouquece.
Eu: Oi meu lindo, tudo bem?
Carinha: Oi, tudo bem. Você viu minha mensagem?
Eu: Vi sim, por isso te liguei.
Carinha: Chamaram o cara da minha frente pra assumir o posto do concurso... O próximo sou eu. Acho que em um mês já me chamam.
Eu: ... putz.... você num vai voltar mais? (É, eu esqueci de dar parabéns e de fingir felicidade por ele)
Carinha: Vou, preciso pegar minhas coisas... É, parece que nossa história vai acabar.
Eu: ... é....
Carinha: Eu ia te ligar pra te dar feliz ano novo amanhã, mas se eu não conseguir falar te desejo já uma boa passagem de ano.
Eu: É, de noite todo mundo liga daí fica tudo congestionado e não dá pra falar. Feliz ano novo pra você também.
Carinha: Beijão
Eu: Beijo
(desligando o celular)
Me deu um nó na boca do estômago, eu quis chorar mas não consegui.
Eu sabia que ele ia embora uma hora ou outra. Sabia que ele estava pra ser chamado no concurso e se não fosse isso, no final do ano (2010) ele defenderia o mestrado e iria embora de qualquer jeito. Eu sabia que era uma história que teria fim. Mas eu não esperava que fosse tão rápido. Eu nem tive tempo de desistir da história, a vida já se encarregou de fazer isso por mim.
Depois de passado o susto eu mandei mensagem pra ele falando que eu estava feliz por ele e que sentia apenas por não termos mais tempo. Ele respondeu de volta dizendo que gostou muito de ter me conhecido também.
Coloquei o CD que ele me deu no rádio do carro e fui indo pra casa. Daí os olhos encheram de lágrimas e um caminhão me cortou a frente. Então eu fiquei com raiva do desgraçado, porque nessa vida o que eu mais odeio do fundo da minha alma depois de motoboy, é caminhoneiro.
Cheguei em casa e então fui tentar assimilar direito tudo que aconteceu, desde o dia que a gente resolveu ficar junto até o dia da notícia. A verdade é que eu me envolvi na historinha mesmo sabendo que o “The End” aconteceria e que eu não era a mocinha que ficaria com o mocinho no “...e foram felizes para sempre”, tanto porque PARA SEMPRE É MUITO TEMPO.
E assim vai começar o meu ano novo. Com um problema a menos pra eu resolver. Agora eu juro que não sei se eu fico triste ou se eu fico feliz.
“... A hora do encontro é também despedida...”
E que 2010 venha repleto de coisas novas, algumas boas, algumas ruins, algumas inesperadas, algumas previsíveis, algumas rápidas, algumas permanentes, algumas chocantes, algumas emocionantes ..., coisas, muitas coisas e dentre elas saúde e quem sabe uma graninha extra. De resto a gente dá um jeito. E que possamos perceber que a felicidade nem sempre está nas coisas grandes, ela pode estar nas coisas que vivemos e que agora podemos guardar no coração apenas para lembrar e sentir saudade do que um dia fomos e das pessoas que estavam com a gente.
FELIZ ANO NOVO PRA TODO MUNDO!