sábado, 17 de março de 2012

Sobre o primeiro livro aos 31 anos

Dai que depois de 31 anos, 8 meses e 16 dias do início da minha existência, eu comprei o meu primeiro livro. É, pode ficar desacreditado, chocado, indignado. Eu não ligo. Eu nunca escondi que não gosto de ler e que meu negócio era mesmo comer Ruflles sabor churrasco sentada na frente da TV. Giboiando. Se me pedissem pra fazer algumas continhas (qualquer integralzinha básica, ou até mesmo calcular uma viga) eu faria com o maior prazer, mas se me pedissem pra ler alguma coisa eu ficava, instantaneamente, de mal humor.


Eis que um belo dia estava eu andando, inocentemente, com o noivo no shopping e de repente entramos na livraria. Porque o noivo encasquetou com um livro sobre a fuga da monarquia portuguesa para o Brasil (acho que o nome do livro é “1808”), que ele viu com uma colega de trabalho. E quis comprar.

E sabe, apesar de eu não gostar de ler livros, eu adoro entrar em livrarias. Quando fazia Cursinho da Poli (lá no século passado – 1999), eu e meus amigos íamos até a Fnac de Pinheiros e ficávamos lá por horas e horas (boas lembranças). Eu gostava de ficar lendo os resumos dos livros, nas capas e contracapas, mas nunca tive vontade (nem dinheiro na época) de comprar algum deles.

Dai que o noivo foi procurar o tal do livro e eu fiquei ali dando a minha olhadela geral. De repente lembrei de uma conversa sobre “O mal estar na civilização”, que havia tido com um grande amigo há algum tempo e fui lá na seção de psicologia. Procurando Freud!

E tinha tanto livro que eu cheguei a cogitar desistir de tentar procurar, mas a curiosidade foi maior. Achei livros grossos com as obras de Freud (impossíveis de serem compreendidas pela parte mínima do meu cérebro que não funciona fazendo contas) e é lógico que eu nem pensei em compra-los. E lá no meio deles tinha um livrinho fininho, verdinho e pequenininho: Freud Vida & Obra, de Carlos Estevam. PERFEITO! Tudo que alguém que não gosta de ler poderia querer. Abri o livro e comecei a ler a primeira página. E não é que eu tava entendendo? Dai comecei a ler mais e mais e fiquei presa.

O noivo, a essas alturas, já estava tomando café no Frans que ficava no mezanino da livraria e lendo sobre a rainha louca. Subi também e continuei a ler sobre as ideias de Freud, que estavam explicadas de forma tão compreensível. Pedi um chocolate (que eu achei péssimo e caro) e ficamos ali por quase uma hora.

Hora de ir embora. Não resisti e comprei o livro. E foi o melhor que eu poderia ter comprado. Protestando e discordando da afirmação da Renata, que disse que eu, mesmo depois de tanto tempo pra comprar um livro, comecei comprando o mais chato deles!

O livro é ótimo e Freud então, nem se fala!



Tudo bem que depois eu vi um livro do seriado The big bang theory e comprei também. Afinal, não podia sair da livraria me sentindo assim, tão cult, de uma hora pra outra né. E viva os nerds!

segunda-feira, 12 de março de 2012

Sobre lavar meias


Dai que quem está acompanhando esse blog há um certo tempo, já sabe que eu estudei na Unicamp. Pra atualizar os novatos, sou de São Paulo e de repente, fui parar em Campinas.
E eu classificava assim:

Campinas =  Interior de SP
Unicamp = Faculdade no meio do mato

E então cheguei lá e tinha uma terra vermelha por toda a parte. E eu não tinha carro. E era um calor do cão (mal sabia eu que, hoje, eu estaria num lugar que faz o calor de campinas parecer inverno).

Primeira vez morando fora de casa, precisei começar a tomar conta das minhas coisas. Não que eu não fizesse nada enquanto morava com mamãe, porque mamãe era linha dura. Tinha que ajudar a limpar a casa, tinha que fazer comida. E graças à Deus ela foi assim. Porque se não eu ia morrer de fome (Porque fome é uma coisa que eu tenho muita e sempre. Amiga Renata que o diga).

Problema: Preciso lavar roupa. Não tinha máquina de lavar roupas na minha casa (morava com mais três meninas). Lavar tudo na mão? Nem pensar! Levar tudo toda vez pra mamãe lavar em São Paulo e ter que ficar carregando malas pesadas todos os finais de semana de rodoviária pra rodofiária? Nem pensar! Tanto porque, depois de um tempo, eu já não ia todo final de semana pra sp. Enchia o saco e eu gostava de ficar lá em Campinas em paz e sozinha.

Bom, por telepatia eu não conseguia mandar e nem limpar as roupas, então tive que dividir as coisas. Calça jeans e roupa de frio, levo pra sp. Meias e camisetas, lavo na mão.

Era o primeiro semestre. As matérias bombando e cálculo I me engolindo. A professora de cálculo falava e eu sentia minha alma saindo do meu corpo, indo pra qualquer outro lugar, bem longe daquela sala. A prova chegando, o tempo voando, o livro (parecendo ser) escrito em grego... meu cérebro atrofiando.

Quando chegava em casa a noite (por volta das 19h), eu estava acabada. Num conseguia mais pensar em nada, tinha uma incrível vontade de ficar olhando pra um ponto fixo e me colocar em off. Era então quando eu ia lavar minhas meias. Todas elas, sempre encardidas da terra vermelha da Unicamp, e era o momento mais tranquilo do meu dia. E para isso eu escutava Maria Monte.

Eis a trilha sonora para a mais tranquila/relaxante/dançante lavagem de meias.

E que MM não tenha desgosto de ser trilha sonora de momentos com meias encardidas, porque eram os melhores, e que eu revivo, com muita nostalgia, até hoje!!!

Na Estrada



Tchururu! Tchu, Tchu, Tchu!


Uau! Uau! Uau! Uau!...(4x)


Lalalalalá! Lalalalalá!


Lalalalalá! Lalalalalá!


Lalalalá!...


Ela vai voltar, vai chegar


E se demorar, i'll wait for you


Ela vem, e ninguém mais bela


Baby, i wanna be yours tonight...


Sem botão, no tempo


No topo, no chão


Em cada escada


A caminhada


A pé


De caminhão...


Seu horário nunca é cedo


Aonde estou?


E quando escondo


A minha olheira


É pra colher amor...


Sala, sem ela, tem janela


Inclino, em cerca de atenção


Ela vem, e ninguém


Mas ela vem


Em minha direção


Sala, sem ela tem


Janela inclino


Em cerca de atenção


Ela vem, e ninguém


Mais bela vem


Em minha direção...

Sem botão, no tempo


No topo, no chão


Em cada escada


A caminhada


De caminhão...

Seu horário nunca é cedo


Aonde estou?


E quando escondo


A minha olheira


É pra colher amor...


Sala, sem ela, tem janela


Inclino, em cerca de atenção


Ela vem, e ninguém


Mas ela vem


Em minha direção


Sala, sem ela tem


Janela inclino


Em cerca de atenção


Ela vem, e ninguém


Mais bela vem


Em minha direção...

Lalalalalá! Lalalalalá!


Lalalalalá! Lalalalalá!


Lalalalalá!...


Oh! Oh! Oh! Oh


Tonight, Tonight...(4x)


Tchururu! Tchu, Tchu, Tchu!


Uau! Uau! Uau! Uau!...(4x)

E hoje a classificação muda:
Campinas = Saudades
Unicamp = Minha Vida
 
 
 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Sobre o RETORNO DE SATURNO


Tudo bem que eu só vi a tradução da música agora. Aliás, na época que escutei a música pela primeira vez eu também tinha visto, mas já não lembrava mais. Talvez hoje a letra faça mais sentido (já que eu estou crescidinha e minha cabeça já pensa melhor).

Ela me faz voltar no tempo e lembrar de uma época decisiva na minha vida: O RETORNO DE SATURNO.

Pra quem não entende dessas coisas "mago-astrológicas" (e diferente da maioria das minhas amigas, eu também não entendo, juro!), procure no google (assim como eu fiz). Descobri esse negócio por um simples comentário de uma amiga (que eu já não tenho certeza de quem foi), mas que caiu perfeitamente nos acontecimentos da ópoca.

Sei que é por volta dos 28 anos e sei que revira a sua vida do avesso. Te faz repensar na sua existência (que não deve mais ter acento, segundo a nova ortografia, mas que eu, ainda assim, teimo em colocar), te faz rever seus conceitos e toda a sua trajetória. Te faz entender o sentido da sua vida e te dá coragem pra correr atrás do que você quer (mesmo não entendendo porque perdeu tanto tempo não indo em busca disso). E mesmo que você não consiga aquilo que você buscou e correu atrás com todas as suas forças e seu coração, você jamais será o mesmo.

Eis minha trilha sonora e bom Retorno de Saturno à todos!!!

Everything You Want



Somewhere there's speaking
It's already coming in
Oh and it's rising at the back of your mind
You never could get it
Unless you were fed it
Now you're here and you don't know why

But under skinned knees and the skid marks
Past the places where you used to learn
You howl and listen
Listen and wait for the
Echoes of angels who won't return



He's everything you want
He's everything you need
He's everything inside of you
That you wish you could be
He says all the right things
At exactly the right time
But he means nothing to you
And you don't know why



You're waiting for someone
To put you together
You're waiting for someone to push you away
There's always another wound to discover
There's always something more you wish he'd say
 
He's everything you want
He's everything you need
He's everything inside of you
That you wish you could be
He says all the right things
At exactly the right time
But he means nothing to you
And you don't know why
 
But you'll just sit tight
And watch it unwind
It's only what you're asking for
And you'll be just fine
With all of your time
It's only what you're waiting for
 
Out of the islandand into the highway
Past the places where you might have turned
You never did notice
But you still hide away
The anger of angels who won't return



I am everything you wantI am everything you need
I am everything inside of you
That you wish you could be
I say all the right things
At exactly the right time
But I mean nothing to you and I don't know why
And I don't know why
Why
I don't know



TRADUÇÃO

Tudo Que Você Quer



Em algum lugar há falatório,
E já está chegando
E está se elevando no fundo de sua mente
Você só entendia isso quando
Era alimentado com isto
Agora você está aqui e não sabe o porquê


Mas, embaixo do joelho ralado e das marcas dos escorregões
Atrás dos lugares onde você aprendia
Você uiva e ouve
Ouve, e espera pelos ecos dos
Anjos que não voltarão


Ele é tudo que você quer
Ele é tudo que você precisa
Ele é tudo dentro de você
Que você queria ser
Diz todas as coisas certas
No momento exato
Mas ele não lhe significa nada
E você não sabe porque



Você está esperando por alguém
Que lhe conserte
Você está esperando por alguém que lhe rejeite
Há sempre outra ferida a ser descoberta
Há sempre outra coisa, que você gostaria que ele falasse


Ele é tudo que você quer
Ele é tudo que você precisa
Ele é tudo dentro de você
Que você queria ser
Diz todas as coisas certas
No momento exato
Mas ele não lhe significa nada
E você não sabe porque



Mas você apenas sentará quieta
E esperará ele se acalmar
É só o que você está pedindo
E você vai ficar bem
Com todo o tempo que precisar
É só o que você está esperando


Fora da ilha
Dentro da rodovia
Passando por lugares em que poderia ter virado
Você nunca notou
Mas você ainda se esconde
A fúria dos anjos que não mais retornarão



Eu sou tudo que você quer
Eu sou tudo que precisa
Eu sou tudo dentro de você
Que você queria ser
Eu digo as coisas certas
No momento exato
Mas eu não lhe significo nada e não sei porque
E eu não sei porque
Por que
Eu não sei

segunda-feira, 5 de março de 2012

120... 150... 200 Km por hora



Dai que ontem eu tive um surto compulsivo e gastei R$ 110,00 em CD's e DVD's.

Tudo bem que a maioria das pessoas já deve ter feito isso, mas considerando a minha desatenção com música (e clara preferencia pela TV), pra mim, foi a primeira vez.

Confesso que os preços estavam agradáveis, uma vez que eu comprei o DVD da minha vida (Fever Disco 70') por R$ 9,99.

Mas o que eu quero mesmo é falar de Roberto Carlos. Eu não sou uma fã desesperada e descontrolada que passaria 3 dias em um navio, com ele, em alto mar. Não! Nem acho a voz dele tudo aquilo, nem acho ele tudo aquilo de Rei e tal. Mas gosto das músicas. Não todas! Só as mais famosas. Mas, mesmo assim, sempre tive vontade de assistir ao "Elas cantam Roberto", não necessariamente por conta dele mas sim por causa das cantoras que eu gosto, que estavam lá, cantando Roberto. Entre elas Ana Carolina (que pra mim não há melhor) e a Sandy (... tá, podem criticar a vontade, mas eu gosto da voz dela e dela, desde a época da Mariquinha).

O que eu não esperava era ver Marilia Pera cantando. Sou muito nova e não sei muito da vida de alguns artistas mais velhos. E ontem eu realmente acreditei que existem artistas que são muito mais do que a porcaria da Globo mostra.

Foi a melhor representação de desespero/angústia/tristeza/loucura que eu já vi (e vivi) em uma música. Marilia Pera conseguiu transformar palavras e sons em profunda emoção e atirou feito uma flecha no meu coração.

Foi perfeito! E Roberto Carlos não faria melhor!

E essa é a música do dia.

120... 150... 200 Km por hora

As coisas estão passando mais depressa



O ponteiro marca 120


O tempo diminui


As árvores passam como vultos


A vida passa, o tempo passa


Estou a 130


As imagens se confundem


Estou fugindo de mim mesmo


Fugindo do passado, do meu mundo assombrado


De tristeza, de incerteza


Estou a 140


Fugindo de você


Eu vou voando pela vida sem querer chegar


Nada vai mudar meu rumo nem me fazer voltar


Vivo, fugindo, sem destino algum


Sigo caminhos que me levam a lugar nenhum


O ponteiro marca 150



Tudo passa ainda mais depressa


O amor, a felicidade


O vento afasta uma lágrima


Que começa a rolar no meu rosto


Estou a 160


Vou acender os faróis, já é noite


Agora são as luzes que passam por mim


Sinto um vazio imenso


Estou só na escuridão


A 180


Estou fugindo de você


Eu vou sem saber pra onde nem quando vou parar



Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar


Às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim


Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim


O ponteiro agora marca 190



Por um momento tive a sensação


De ver você a meu lado


O banco está vazio


Estou só a 200 por hora


Vou parar de pensar em você


Pra prestar atenção na estrada


Vou sem saber pra onde nem quando vou parar



Não, não deixo marcas no caminho pra não saber voltar


Às vezes, às vezes sinto que o mundo se esqueceu de mim


Não, não sei por quanto tempo ainda eu vou viver assim


Eu vou, vou voando pela vida


Sem querer chegar

E pra quem não acredita... eis a prova: