domingo, 18 de abril de 2010

Sobre os dias em Deus me livre




Dai que enfim eu cheguei no lugar com as esperanças de qualquer ser viajante rumo ao nordeste: SOL E PRAIA (e lógico a companhia do meu Preto, mas isso já não é o sonho de todos os viajantes que escolhem o nordeste, poderia até ser de algumas ou até mesmo alguns - sem preconceito - mas enfim... essa conversa está ficando estranha... pula!)

Chuva! No aeroporto, no caminho pra casa de meu Preto, na manhã toda do sabado, na tarde toda do sábado. Solução? SHOPPING! Fomos nós pro shopping aproveitando uma mínima trégua que São Pedro resolveu dar para correr para dentro de um taxi.

Shopping cheio. Estilo São Paulo mesmo. Todo mundo com nada para fazer em casa então o que resta é ir ao cinema.

O filme ia começar só depois de uma hora, então fomos tomar café na Kopenhagen. Pedimos e ficamos de olho numas mesinhas que, obviamente, estavam cheias. Quando então percebi uma pequena movimentação em uma delas de um bando de mulheres pedindo a conta. Larguei meu Preto lá no balcão e fui logo ficando do lado da mesa tentando pressionar as ocupantes a liberar logo a droga da mesa. Quando olhei pro lado tinha uma criatura de cabelo descolorido e cara achatada cheia de intensão de me roubar o lugar. Já comecei a olhar feio! Olhava pra mesa e olhava pra ela. Sabe aquela musiquinha de filme de bang bang com um assoviozinho no fundo? Então, era isso!

Ficamos ali por uns dois minutos e nada daquela mulherada faladeira e desorientada sair da p#rr@ da mesa. E eu e a descolorida naquele jogo de olhares assassinos, quando lembrei de ver se meu chocolate quente já tinha chegado. Olhei pro meu Preto no balcão e ele me olhando com aquela cara de "minha namorada é doida e vai matar a menina se ela se movimentar em direção a mesa".

Dai me dei conta de que eu estava ali, fazendo como todo paulistano num shopping cheio em dia de chuva: ME ESTRESSANDO! Eu estava no nordeste (tudo bem que tava chovendo mas eu tava lá), junto com meu namorado que eu não via há mais de um mês e o que eu tava fazendo? Me estressando e querendo brigar com uma criatura tosca que provavelmente nem ia sentar lá mesmo porque as mulheres não desocupavam a mesa por nada. Voltei pro balcão e meu namorado falou "Achei que você ia matar a menina".

Tá deixa pra lá. É neura de gente de SP mesmo. Desculpe quem não concorda mas a gente é estressado sim quando comparado com o povo lá de cima. Enfim, assistimos o filme e depois (na chuva) pegamos um taxi e fomos pra casa.

Dia seguinte chuva de novo. E eu tinha que fazer uma prova prum concurso as 13:00. Chuva! Prova em baixo de chuva! Volta da prova pro ap do meu Preto embaixo de chuva!

Voltei mais branca do que fui (e olha que isso poderia ser classificado como DIFÍCIL, mas aconteceu). Tudo bem. Eu nem queria ir pra praia mesmo afinal, tem tanta areia, muito sal na água, faz mal pros cabelos.

Mas teve o lado bom do negócio (além de ver meu Preto, claro!!!), eu comi! E pra quem me conhece sabe que comer é uma coisa que eu gosto de fazer. Gosto mesmo!

No shopping comemos carneiro. Ai... que coisa foi aquela? Carne macia, suculenta, prato grande. Nunca tinha comido. Tudo delicioso! No domingo a noite fomos em um restaurante (Parmegianno) e comemos camarão com creme branco, abacaxi e passas. E te contar que eu, até ano passado, não comia camarão por nada nesse mundo. Da outra vez que estive lá em Deus me livre comemos o mesmo prato e eu passei um mês querendo comer de novo. Desejo realizado.

E assim foram os meus dois dias lá em Deus me livre. Um tanto quanto molhados, mas foi bom. O duro (como sempre) foi ter que voltar pra SP...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A ida para Deus me Livre


Dai que eu ando meio sumida por conta da falta de tempo. Porque alguém precisa trabalhar e pegar trânsito (e muito por sinal) nessa vida.

Depois do surto da minha mãe as coisas se acalmaram.

Então que eu tinha já a viagem pra Deus me Livre marcada para ver o meu (agora sim) namorado.

Feliz e contente arrumando a malinha na quinta a noite para levá-la pro escritório para poder sair as 18:00:00 na sexta e correr para o aeroporto. VIAGEM!!! AVIÃO!!! PRAIA!!!

Cheguei no aeroporto 18:20 (trabalho pertinho) e fui fazer meu check-in. Tudo certo, tudo tranquilo. As 19:30 estamos subindo. Vendo SP de cima, a vista é linda (mais lindo ainda é passar por cima dos 159.578 km de trânsito que geralmentente eu faço parte).

Conexão no Rio. Voando... voando... voando... Galeão alternando pousos e decolagens por causa da chuva. Meia hora dando voltas em cima da cidade (não tão) maravilhosa e enfim descemos. Descemos e corremos. Porque as rodinhas do avião tocaram a pista no exato momento em que eu deveria estar levantando voo na outra aeronave. Tudo bem, deu tempo de pegar (no estilo "Fala ai pru motorista esperá um pokinho que ta vindo gente lá trás correnu").

Conexão em Salvador (É isso mesmo, um monte de conexão pra eu poder subir e descer mais vezes caracterizando que eu já viajei muito de avião. Tá, é mentira. É que pobre é uma merda, pega promoção e não pode ficar exigindo muito quando se trata números de conexão). Descemos, esperamos uma hora até chegar o horário da última partida (não que as pessoas ali fossem morrer todas mas era enfim, a última parte da viagem, pelo menos a gente achava) e então fomos. Todos contentes e felizes esperndo chegar em Deus me Livre a uma da manhã.

Voando... voando.. voando... engraçado que isso deveria durar meia hora, mas durou mais. Dai veio aquela vozinha do homem do além "Srs passageiros, queremos informar que o aeroporto de Deus me Livre acabou de ser fechado por causa do mal tempo. Teremos que retornar para Salvador e aguardar que o tempo melhore".

Putaqueopariu!

Voltamos, descemos e ficamos la esperando. Uma coisa que eu não entendo, as pessoas descontam nos funcionários da companhia aérea o fato de ter mau tempo. Tinha gente estressadíssima querendo saber que horas que ia conseguir chegar em Deus me Livre. Tenho pra mim que a funcionária deveria dizer "Só um minuto senhora, vou fazer uma ligação para São Pedro para que ele possa me informar a partir de que horário nós poderemos seguir com nossa viagem".

Aproveitei pra comer porque eu estava (como sempre) com fome. Caro! Caro pra c@r@lh#.
Uma coxinha requentada e um suco del vale que deveria ser com latinha de ouro. Nove reais. Com nove reais eu almoço e tomo um suco aqui. Mas levando em conta que eu não estava em condições de achar um buteco pra pagar mais barato as três da manhã e morrendo de fome, foi ali mesmo. Assalto.

Falaram que a tripulação chegaria as 4:15 para podermos ir. Eles chegaram as 4:30. O povo já estava enfurecido. Eu estava ali entretida olhando uma mulher que estava sentada perto do portao de embarque. Cabelos compridos e lisos, uma cara repuxada de dar desgosto, óculos escuro. Ela levantou pra pedir informação e aparece uma bunda enorme. GRETCHEN! Só pode ser ela com essa imensidão de bunda. E eu que andava preocupada com o tamanho da minha, desencanei. To de boa. Se ela com aquela coisa gigante fez sucesso, deixa a minha crescer mais um quilômetro (acho que só me falta saber chaqualhá-la de maneira correta para ficar rica).

4:45 e estamos levantando voo. Rezando pra São Pedro ter piedade de mim, que estava acordada desde as 6:00 da manhã do dia anterir, chegamos em cima de Deus me Livre. E eis que a vozinha do homem do além surge "Tripulação, preparar para aterrissagem".

Enfim cheguei, eram 5:30 da manhã. Fui pegar minha bagagem e adivinha? Foi praticamente a última mala que colocaram na esteira. Eu acho que foi de propósito. Alguém, em algum lugar do espaço (fisico ou místico) estava de sacanagem comigo aquele dia.

Mas dai saindo da porta do aeroporto quem estava lá? Meu Preto! Lindo e gosotoso como sempre... Depois de um mês e dez dias eu pude dar uns apertões nele de novo.

O que a pessoa não faz por amor ein!? Affff

sábado, 3 de abril de 2010

Sobre o limite


Dai que eu morei sozinha por dez anos e agora eu estou de volta na casa da minha mãe.

Antes de vir eu juro que achei que seria uma boa idéia. Do fundo do meu coração eu achei que seria. Mas eu estava tão errada, mas tão errada que se arrependimento matasse eu tava caida e dura aqui.

Desde o dia que eu cheguei que as coisas começaram a ficar ruins. Primeiro foi a reclamação dela de eu não ter falado pra ela antes de comprar as passagens pra Deus me livre que eu iria viajar.

Uma semana depois foi a reclamação, aliás, reclamação não, chilique dela por eu ter saido a noite e ter ficado até de madrugada com uns amigos (que a propósito ela conhece há uns 20 anos).

Uma semana depois foi o surto falando que eu iria gastar muito dinheiro viajando pra Deus me livre (e nesse momento eu preciso contar que eu trabalho das 8:00 as 18:00 de segunda a sexta, saindo de casa as 6:30 e chegando as 19:30 por causa do transito, sem sair a noite, sem comer fora, sem ir no cinema, apenas estudando pra tentar passar num concurso público).

Uma semana depois briga por que a porta da cozinha começou a despencar e é logico que é culpa minha por não ter arrumado antes e em seguida acusação porque eu não queria comprar um colchão novo (Tá, eu explico: Não trouxe minha mudança pra casa ainda. Ela perguntou se quando trouxesse o meu colchão se o furo que tem no meio dele - que minhas cachorrinhas fizeram o favor de criar - ia ficar aparecendo. É lógico que ia, afinal o colchão não se regenerou desde as últimas dentadas. Dai ela já começou a falar que eu tenho que comprar um colchão novo porque ela vai morrer de vergonha porque os vizinhos vão ver isso, que onde já se viu uma engenheira dormir num colchão com buraco, que é pra eu comprar um colchão novo e parcelar em dez vezes que ia ficar baratinho. Dai fui eu falar que não queria comprar e que eu não tenho nada que ver com as coisas que vizinhos falam, que danem-se eles porque ninguém vem aqui em casa querer pagar minhas contas, mas que eu iria cobrir o colchão e que ninguem ia ver a p#rr@ do furo, mas mesmo assim não adiantou).

E além de tudo eu tenho que ficar escutando que esses estão sendo os piores dias da vida dela, que ela está pegando ódio, que ela tem aguentado muita coisa que eu tenho feito pra ela, que ela tem vontade de morrer, que eu sou igualzinho meu pai (explicando de novo: Ele arrumou outra mulher uns 17 anos atrás e foi embora. E nunca nem ligou pra perguntar se a gente estava viva. É, super papai esse, mas enfim, eu aprendi que cada um tem seus motivos e juro que hoje eu posso imaginar uma parte do motivo pelo qual meu pai foi embora), que eu sou uma vagabunda (f#d@ escutar isso da mãe né? Pois é, eu escuto toda vez que ela fica brava. Eu suspeito que ela desconta em mim as coisas que meu pai fez pra ela), que eu só dou desgosto pra ela (dai eu preciso contar mais uma coisa: Estudei a vida toda em escola pública, não paguei pra fazer cursinho, estudei pra c@aralh# pra entrar numa faculdade pública, nunca roubei um centavo da bolsa dela, nunca me envolvi com drogas, nunca bati o meu carro, nunca engravidei, nunca fui parar numa delegacia, nunca briguei na rua e no momento eu não consigo lembrar de mais nada que eu pudesse ter feito para dar desgosto pra ela. A única coisa que eu fiz foi viver a minha vida sem ligar pro que as pessoas falam, porque elas não pagam as minhas contas e sinceramente quem sabe o que é melhor pra mim sou eu e não o vizinho. Ah sim, e eu namorei! E foi exatamente esse o meu erro. Acho que de resto ela não tem do que reclamar então ela resolveu reclamar disso. Porque eu não tive só um namorado na minha vida e não casei virgem como ela (aliás, eu não casei, sou solteira). Mas eu sempre levei a sério. Eu quero alguém para estar comigo, pra dividir minha vida, pra ter filhos e construir uma família. Mas como eu não fiz isso com o primeiro cara que eu namorei, então eu sou vagabunda! Entendeu?)

Eu estou no meu limite. E eu percebi isso porque minha cabeça dói, porque eu fico tensa cada vez que a gente começa a conversar alguma coisa, porque eu tento me controlar pra não responder quando ela fala alguma coisa absurda mas não estou conseguindo mais, porque eu tenho vontade de ficar dentro do meu quarto e não sair dele por nada, porque eu estou tendo desgosto de ter que sobreviver aos finais de semana, porque eu fico mais tranquila quando eu passo minhas duas horas e meia no transito do que quando eu estou em casa.

E olha que eu não sou do tipo de gente que fica reclamando de tudo, não sou do tipo de gente que acha que a vida é uma merda total e completa nem nada, mas eu não estou conseguindo mais. Tá estressante, tá irritante, tá dolorido, tá cansativo, tá DE-SES-PE-RA-DOR morar com a minha mãe. Porque eu não entendo porque ela reclama tanto, porque eu não sei o que fazer pra agradar ela, porque ela quer que eu abdique da minha vida assim como ela fez por mim e pela mãe dela. Só que eu não vou fazer isso porque eu não vou cobrar isso de um filho meu! Não vou mesmo!

Eu sempre corri atrás de realizar os meus sonhos e os meus objetivos porque a vida é MINHA! Se eu não fizer isso vou querer realizar essas coisas na vida de outra pessoa e isso é errado! Eu não quero obrigar meu filho a fazer o que eu quero porque a vida vai ser DELE e não minha.

Eu quero poder sentar e conversar direito com um filho meu e não usar o sistema "eu mando e você obedece porque eu sou a sua mãe". Isso não tá certo, isso não é bom e eu sei disso porque eu estou do outro lado. Isso só afasta o filho da própria mãe. Isso só faz com que o filho minta porque não tem coragem de falar as coisas pra mãe porque com certeza vai levar bronca sem nem ao menos poder explicar suas razões.

Esse post tá um saco, eu sei! Peço desculpa pra você, que pacientemente chegou ao fim desse texto, mas hoje eu precisava muito desabafar porque eu estou no meu LIMITE!
Eu quero muito voltar a morar sozinha, eu quero muit passar num concurso pra poder ter motivo pra mudar daqui sem que ninguem fale que eu abandonei minha mãe, eu quero muito ter minha vida de volta, eu quero muito ter a minha paz de espírito de volta!

E hoje, apesar do meu salário dobrado em relação ao anterior, eu entendo a frase "porque tem coisas que não tem preço"...