quarta-feira, 1 de junho de 2016

ESCLARECIMENTO...

Ser mãe nunca esteve no Top Five da minha lista de sonhos.

Entrar numa universidade foda estava! Me formar em engenharia estava! Me tornar uma profissional competente estava!

Mas estava na minha lista de coisas a fazer antes de morrer!

Nunca fantasiei muito em torno da maternidade, nem tive muito contato com grávidas ou recém nascidos. Então não sabia ao certo como era tudo isso.

E eu não sei o porquê, mas ninguém fala o lado ruim desse processo todo de se tornar mãe. Pelo menos não em detalhes. Não sei se é porque as mulheres têm medo de serem julgadas, não sei se é porque ninguém acha que tudo isso é sofrimento... mas o que eu sei é que eu resolvi falar.

Tenho amigas muito parecidas comigo, e quando eu começava a contar da gravidez sem o usual romantismo com que as pessoas tratam o assunto, elas me falavam que nunca tinham visto ninguém ser tão sincera.

Por isso resolvi escrever sobre minha gravidez e sobre todas as dificuldades e sentimentos ruins que tive até as coisas se estabilizarem. Porque tudo isso não é um conto de fadas. É um processo muito difícil, onde você passa por muitas mudanças físicas e muito mais mudanças psicológicas.

As pessoas têm o péssimo hábito de dar palpite em tudo! De cobrar o que nem da conta delas é! E a gente fica frágil, cheia de hormônios, sem dormir direito. E tem também os limites do nosso corpo. Não é fácil passar por todas as mudanças, não é fácil impor suas decisões para tantas pessoas que acham que também têm o direito de mandar na sua vida e na vida do seu filho. E isso vem de todas as partes!

MASSSS... que bom que sempre tem um "mas"... isso não invalida as coisas boas que acompanham as ruins! É que as coisas boas estão sempre em destaque, não precisando de explicações maiores.

Não ter chorado a primeira vez que percebi a Manu mexendo dentro de mim, não ter achado ela a bebezinha mais linda do universo enquanto ela ainda estava cheia de vérnix caseoso, não ter tido um momento "fotografia" a primeira vez que amamentei ela, entre outras coisas, não faz de mim uma mãe ruim e não faz de mim uma mãe que não ama sua filha.

O processo é longo e a conexão entre você e seu filho vai acontecendo com o tempo, você vai descobrindo ele e ele vai descobrindo você. Você vai aprendendo a ser mãe, vai aprendendo que tem coisas que, incrivelmente, seu filho só gosta de fazer com você... e tudo vai se encaixando e vai melhorando.

Portanto não se sinta culpada por nada, não se sinta mal por não ser aquela mãe estampada no cartaz de amamentação, linda e feliz, sem olheiras e com escova. Você, mesmo descabelada e sem escovar os dentes, é muito mais real, é muito mais mãe de verdade do que aquela lá do cartaz.

E depois que tudo se ajeitar (lá pro terceiro ou quarto mês depois do parto), dai sim você vai estar mais tranquila e mais confiante, com sua cesárea cicatrizada (pra quem fez), recebendo os sorrisos do seu filho só pra você e vai ver que você é a melhor mãe que seu filho poderia ter!

Eu sou! Manu agradece!