domingo, 25 de novembro de 2012

Sobre a conexão em BSB




Dai que eu arrumei uma viagem para as Gerais (Minas... pra quem não entendeu...) para fazer uma espionagem industrial. É, eu sou espiã! Basicamente uma versão feminina do 007 (sem a parte dos tiros, das corridas de carro, do glamour, dos confrontos corporais e dos bonitões – versão masculina das bonitonas do Sr. Bond... o noivo não ia lidar muito bem com essa última parte). Mas é só para manter meu emprego.

Como não tem a parte do glamour (acho que essa é a parte que mais me faz falta), eu tive que procurar a passagem mais barata, da empresa de aviação mais fuleira, com o horário mais escroto que pudesse existir. E assim o fiz. Passagem de Deus me Livre às Gerais: cento e trinta e cinco reais. Mais barato que isso só se eu fretasse um carroceiro pra me levar de jegue.

E é lógico que o roteiro tinha que ser o mais trágico possível: Conexão de 4 HORAS em BSB na volta pra casa.

Conexão é a coisa mais chata do mundo. Mais chato do que fila de banco. Mais chato do que andar na 25 (lá em SP) em véspera de natal. Mais chato do que levar sermão da mãe. Só não é mais chato do que o povo da minha pós (É, infelizmente eu tô na aula e num gosto de 98% das pessoas que estão aqui. Os outros 2% já eram meus amigos antes de fazer esse curso).

Dai lembrei da Garrafinha: Ela é das redondezas de BSB! Vou encontrar com ela!

Dai pensei: A gente, apesar de se dar bem por e-mail, não se conhece há muito tempo. E se eu falar que quero encontrar com ela e ela achar que eu sou uma sapata (não tenho nada contra quem é, mas eu não sou) e que tô dando em cima dela? E se eu falar que quero encontrar com ela e ela não quiser? Dai eu vou ficar com cara de tacho. E se eu falar que quero encontrar com ela e ela ficar constrangida de dizer que não quer me conhecer (porque ela é muito educada, diferente de mim)?

Dai lembrei do amigo que mora em BSB também : Vou falar que vou pra lá, quem sabe não encontro com ele no aeroporto.

Dai o amigo, que é muito “logístico”, junto com a esposa, organizaram um jantar no ap novo deles para me receber, com o tempo totalmente cronometrado, afinal, eram apenas 4 horas.

Fiquei super feliz com o convite, mas eu queria aproveitar para conhecer a Garrafinha. Nessas alturas vocês devem estar se perguntando por que eu, que vivo falando que não gosto de gente, encasquetei com a tal da Garrafinha. Será que foram os lindos olhos dela? Eu respondo: Não. É que quando eu falo que não gosto de gente, é de gente idiota que eu tô falando. Que é tipo uns 90% das pessoas que me rodeiam ultimamente. Então quando eu acho uma pessoa que vale a pena conviver eu realmente dou valor pra isso. É que nosso santo bateu, manja?

Dai que eu chamei. Dai que ela concordou. Dai que chegou o dia.

Sai das Gerais e cheguei em BSB às 18:00. Fui chegando perto da saída, curiosa pra ver o rótulo da Garrafinha (piadinha infame). Segunda pior coisa do mundo: Encontrar alguém que você não sabe quem é. Porque a gente já tinha se visto por foto (aliás, a gente gosta muito de tirar foto das coisas), mas pessoalmente é diferente. Ela num tava lá. Ela avisou que pegou transito e ia chegar atrasada.

Sentei e fiquei brincando de olhar as pessoas. E passou tanta gente, mas nenhuma com cara de Garrafinha. Depois de uns 15 minutos (acho que foi isso), passou uma menina comprida com ares de apressada, andando bem rápido. Achei que era ela mas fiquei com medo de sair correndo atrás da pessoa e ela achar que era um assalto. Porque lá em SP quando alguém vem chegando muito perto de mim eu trato logo de sair correndo porque provavelmente é um assalto. E eu não tava afim de ser presa ali no aeroporto de BSB por perseguir ninguém.

Fui andando como quem não quer nada na direção que ela foi, mas ela já tinha sumido. Ela realmente tava com pressa. E com aquelas pernonas então, ia rápido mesmo. Fiquei lá com cara de rolha, olhando ao redor e o celular toca. Era ela. Falei que tava perto da floricultura e de repente vem aquela menina comprida que passou correndo. Acertei!!! Era a garrafinha. Ela só não tinha me falado que era uma garrafa pet de 2 litros. Não porque ela seja gorda, mas ela é alta. E olha que eu geralmente sou a mais alta entre as pessoas com quem eu convivo. Foi bom ver a vida de um outro modo (de baixo).

E foi MUITO LEGAL conhecer a criaturinha (criaturona) com quem eu falo todos os dias no msn, que me conta suas aventuras nos ônibus que entram em combustão espontânea, para quem eu conto sobre os gastos que minhas Tchucas (cachorrinhas) me dão, com quem eu dou muita risada virtual, com quem eu falo coisas sérias, de quem ou roubo indicações de blogs para ler, quem escuta minhas reclamações quando eu estou put@ da vida com alguma coisa...

Ela é fofa e toda bonitona. Muito simpática e muito educada. Se eu fosse homem eu paqueraria ela. Mas eu não sou e não sou sapata, mesmo que vocês estejam achando isso agora. Meu noivo é prova viva disso!

Depois que demos meia dúzia de gritinhos super menininhas (Mas não se engane, nós somos brutas, quase ogras. Ogras de feias? Lógico que não! Seu idiota! Somos fofas e você provavelmente se apaixonaria por nós. E nós arrancaríamos sua cabeça. Somos ogras assim!), sentamos, conversamos e trocamos presentes (eu ganhei uma blusa super fofa e dei um pote de doce de leite – Lógico! Eu fui pras Gerais. Quem vai pras Gerais e não traz doce de leite merece a morte).

Presente da Garrafinha. Eu tava com cara de tonta por isso me decapitei.

Depois pegamos o “zebrinha 11”, que até então eu não sabia o que era e estava no “planejamento logístico” do amigo que eu iria visitar, e fomos até o metrô, onde nos despedimos.

Jantar na casa do amigo

E pela primeira vez na vida eu fiquei triste porque a conexão foi de apenas 4 horinhas. Num poderia ter sido de pelo menos umas 8?

Garrafinha, gostei muito de ter conhecido você fora do mundo de Matrix. Espero em breve voltar à BSB e dai teremos mais tempo para fofocar ao vivo.

Ah, dois dias depois saiu uma reportagem no Jornal Nacional dizendo que uma menina (de não sei onde) foi encontrar outra menina, que conheceu na internet, lá em Salvador e apareceu morta. Dai imagina o que a gente escutou das nossas mães né... =O

2 comentários:

  1. 1) muita inveja de saber que voces se falam pelo msn todos os dias... podem me adicionar! hunfs

    2) Garrafinha eu conheci sem querer... ela ja te contou? Mas olha, nao me arrependo! foi otimo!

    3) conexão eh coisa do capeta!

    4) Doce de leite eh coisa de Deus! =)

    5) 99,9% das pessoas do MUNDO são idiotas... dai que eu também grudo naquelas 0.1% que consegue fazer sinapses completas.

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  2. Fico feliz em ser enquadrada nessa porcentagem mínima de pessoas não-idiotas. Ainda mais por vocês duas (Li e Lu) que se encaixam justamente no perfil de pessoas que eu considero admiravelmente inteligentes! E isso me faz entender porque ninguém na escola gostava de mim e porque eu não gostava de quase ninguém na faculdade...

    O doce de leite estava realmente maravilhoso, apesar que eu só fui abrir um mês depois (tenho mania de guardar os doces que ganho até sentir uma vontade avassaladora de comer!)

    E minha mãe, tadinha, até hoje fica de cabelos mais brancos de pensar que eu encontrei uma amiga que conheci na internet pessoalmente!

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Ah, fala vai...