quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Sobre como passar mal no nordeste

Você sabe como fazer um camarão? Simples! Não requer prática nem tão pouco habilidade.

Pegue uma pessoa “broca” (*), de pele muito clara (branquela), passe protetor solar fator 30 e deixe numa praia do nordeste, fora do guarda sol, de biquíni, por um período mínimo de 3 horas. Dê cerveja para essa pessoa ir tomando durante todo o período. Leve essa criatura pra pousada e espere até chegar o final do dia.
(*broca = lesada, lerda, burra - IMBECIL)

PRONTO! Camarão feito! Ardido! Dolorido! Quente! Vermelho!

Foi assim meu primeiro dia de praia (Praia do Francês – AL). Isso mesmo! Eu consegui quase entrar em combustão espontânea. Te falo com a maior sinceridade que alguém poderia ter no mundo: DÓI!!!

Fiquei lá achando que eu já era praticamente uma nativa da terrinha, com a pele dourada, resistente às ações do sol (é.. eu tava me sentindo a garota do bum-bum dourado mesmo!), deitei e rolei na canga, feito um calango, debaixo daqueles 257 graus positivos. Enquanto o Namorado (meu Preto), nativo, estava debaixo do guarda sol. No cursinho tinha um professor que falava que o sol matava os neurônios, que era pra gente andar na sombra até passar no vestibular. Sabe, num é que ele tava certo?! Porque não tem outra explicação para o que eu fiz! Primeiro dia de praia, eu, praticamente transparente, grelhando na areia... sendo que todas as outras vezes que eu fui pra lá, eu me banhava num tonel de protetor fator 60 a cada meia hora (o pé e a orelha também eram lamecados de protetor) seguindo o conselho, SÁBIO CONSELHO, da amiga Renata. Mas não dessa vez! Dessa vez eu esqueci que eu sou paulista, sedentária, que trabalho num lugar que não tem nem janela, que eu franzo (de franzir) a testa quando saio à luz do dia e que eu tenho milhões de sardas (que aumentam com a exposição ao sol)... enfim...

Bom, já que eu estava com o corpo todo latejante, no segundo dia o Namorado resolveu me levar só pra passear na cidade, ver bordados (adoro ver artesanato), ver a praia, ver o movimento e então deu fome! E já que eu não podia fazer o que eu mais gosto de fazer quando estou no nordeste, que é ir à praia (deu pra perceber, né?), então vamos fazer a segunda coisa que eu mais gosto de fazer: COMER!

Fomos à um restaurante muito bom (O Peixarão), e como eu adoro comer peixe (quando eu estou lá pra cima) então falei pro Namorado que podia pedir qualquer coisa (coisa = peixe) desde que fosse no molho de coco. Tomamos uma cerveja pra esperar o prato. Chegou uma cumbuca grande, com um ensopado de peixe com camarão (não.. não era eu dentro da cumbuca, eram outros camarões – piadinha horrível, tá bom eu sei!) e muito, mas muito molho de coco! Devo dizer que minha boca encheu d'água agora. E eu, como qualquer menininha educada e fofa, COMI PRA K-RA-LHO! Dei umas duas ou três colheradas do molhinho pro Namorado junto com os camarões. O resto foi meu!!!

Piriri, dor de barriga, desandamento, diarréia, CAGANEIRA! Meu! A noite meu intestino e meu estômago se rebelaram contra mim. Sabe quando você vai no banheiro e acha que ta saindo líquido pelo buraco errado? Então, foi assim. Logo depois disso veio a dor no estômago.

No dia seguinte (terceiro dia de praia), no café da manhã, tinha tapioca com leite condensado e coco, ovo mexido, cuscus, salsicha no molho, macaxeira... f#d@-se! Comi tudo!

Voltamos pro quarto e ficamos lá esperando dar meio dia porque íamos sair da pousada, daí fomos na praia da Barra de São Miguel. Lindo aquele lugar! A água estava uma piscina. Dessa vez, eu já não tão broca, fiquei todinha debaixo do guarda sol. Depois fomos para a casa da sogra porque a noite fomos passar o natal na casa da avó do Namorado.

O estômago ali, firme e forte me incomodando, Namorado mandou tomar epocler (receita básica de “bêbo*”). Bagulho ruim da p#rr@. Na hora pensei em falar que eu já tinha melhorado só pra não precisar tomar outro, mas a dorzinha tava forte.
(*bêbo = bêbado)

Chegou a noite, ceia na casa da avó. Peru, Filé ao molho madeira, maionese, arroz com passas. F#d@-se! Comi tudo (de novo)! Estomago cada vez mais contente. Saímos de lá as duas e meia da manhã e fomos encontrar os amigos do Namorado na casa de um deles. Pensei: “Pior do que tá num há de ficar, vou tomar uma gelada! Vai que melhora...”.

Tomei uma, tomei duas. Num melhorou. Daí resolvi parar de tentar antes que eu passasse mal na frente de todo mundo e resolvi tomar água, daí o Namorado me levou pra casa. Chegando lá a sogra deixou um chazinho de boldo pra mim. E a essas alturas, qualquer coisa que me falassem que ia adormecer meu estômago eu tava tomando (menos o epocler!). Tomei e fui dormir.

Sabe que eu levantei melhorzinha? Daí passei o sábado comendo coisas leves, tomei mais duas doses do chá da sogra. Domingo a noite eu já tava inteira! Fomos no shopping, eu de tomara que caia pra mostrar o bronze (meio avermelhado), enquanto estava no elevador, uma nativa falou “ta bronzeada em fia!!!” daí eu, educadamente, respondi “cê viu só, consegui ficar morena!”. Depois fiquei pensando que aquela cretina tava era tirando onda com a minha cara porque eu tava com cara de turista ardida. Deixa ela. Eu vou voltar lá.

Eu e o Namorado fomos no cinema ver “De pernas pro ar” e depois fomos jantar. E como eu já tava inteirona, mandei pra dentro um prato (super cheio) de bife de chorizo (argentino ein!!!), arroz e purê (Num sei se tá certo escrever “chorizo”... mas como eu tô no escritório e essa merda tá sem internet eu não consigo dar aquela googada pra confirmar, então vai assim mesmo. Quem souber pode mandar um comentário do tipo “sua anta, escrever assim... “)

Depois fomos pra casa e eu dormi feito um nenezinho.

Dia seguinte (segundona brava) acordamos as 4:30 da manhã porque tinhamos umas 4 horas de estrada pela frente. O Namorado ia trabalhar as 9:00. Saímos e nem tomamos café da manhã. Lá pelas 6:30 começou a me dar um leve revertério na região da barriga (região porque eu não sabia ao certo onde era). Lá pelas 7:30 eu descobri que era no meu intestino. As 8:00 paramos num restaurante que tinha um café da manhã nordestino fantástico, com direito a carne de sol, frango assado, macaxeira, ovo, sopa, costela e afins. Minha barriga rosnou pra mim, meu intestino deu um nó e eu fui pro banheiro.

Banheiro de beira de estrada. Sujo. Eu, me desfazendo em merda de novo (maldito bife de chorizo – argentino!!!). Pensa numa pessoa desesperada, entre um vaso sanitário imundo e um cu prestes a não segurar mais nada.... vai de pé mesmo! Abaixa até onde der e vai fundo!

Foi a primeira vez na minha vida que eu fiz isso de pé! ... (pausa pra você, mulher, se imaginar na minha situação) ... (agora para de rir porque rir da desgraça dos outros é pecado) ... Não, não escorreu nada pelas minhas pernas! Foi tudo no lugar certo. O jato foi tão forte que não deu pra escorrer. Pra minha sorte tinha papel no banheiro, porque é lógico que eu só lembrei dele depois que já tinha terminado o serviço.

Sai do banheiro um pouco branca, mas leve. Um pouco atordoada, mas aliviada. E com fome!

E no café tinha tudo aquilo que eu falei ai em cima... f#d@-se!... preciso dizer mais alguma coisa?

(E para as pessoas mais “sensíveis” que leram esse post e acharam nojento... sinceramente.. f#d@-se... te desejo caganeira em dobro e sem papel higiênico no banheiro!)

11 comentários:

  1. Hahahahahahahaha. Me rolei de rir com esse post. Muito sincero diga-se de passagem!!!!

    Chorizo escreve-se assim mesmo...(dei aquela "googada")

    Mas então parece ter sido ótimas férias! ;)

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  2. Cara.... só quem passou por algo assim para entender toda a situação!!!

    Amiga, dá aqui a mão e aprenda uma coisa: Lenços umedecidos da Pampers e klenex SEMPRE dentro da bolsa de uma mulher!!!

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  3. HAHAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
    TODA VEZ que eu venho aqui me mato de tanto rir!!!
    Só para solidarizar com você, conto que uma vez parei na estrada, desci correndo, entrei no banheiro. O ex-marido preocupado se o banheiro era limpo, aí eu mando um sms "está tudo bem, aqui é bem limpo, fique tranquilo". Só que mandei PRO MEU IRMÃO. Menina, meu irmão me liga desesperado, achando que eu tinha morrido, sido sequestrada... e eu só estava com dor de barriga... (agora imagina se eu ia morrer e mandar sms do céu, né?).
    Bjs.

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  4. Menina sem conserto, estou chorando (literalmente com lágrimas de tanto rir). KCT, muito aventura. Adooooro seu jeito de escrever.

    Beijocas e 2011, com Preto e camarão no nordeste.

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  5. Bem, parece que a moçoila não responde a comentários; fazer o que, faz parte...

    Ótimo texto (estou tentando não falar muitos palavrões), duca!
    Aprecio pacas textos assim, que vão escorrendo feito sopa de letrinahs, pra dentro da alma.

    Já tive 'desarranfo intestinal', e já me torrei o suficiente para renegar sol e praia, que ADORO!

    Acho que o que me chamou a tenção (vejo agora), é vc escrever como uma menina (vc não tem 30?), isso não é muito comum, tipo ter esse humor depois de uma certa idade, digamos..., depois dos 20.

    Acho que virei mais aqui.
    Te achei através da Maris; e vim por causa do nome do blog: adoro pessoas sem conserto, minha indentificação é imediata!

    Se responder, volto. Se não..., não sei.

    Bjs!

    (Tô com a impressão que o Namorado é um cara de sorte.)

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  6. Sylvio, você conhece a Marris pessoalmente ou só por blog também? Porque eu não conheço pessoalmente mas acho o blog dela envolvente.. ela é toda poeta e cheia das artes. Eu, que sou engenheira, sou totalmente desprovida desse dom...rs.. então as vezes viajo mas acho legal. Uma viagem legal! é isso! o blog dela é a maior viagem pra mim... uhuuu!
    rs

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  7. Não a conheço pessoalmente...
    Ela escreve umas coisas legais... Participo do blog dela a mais de um ano, esporádicamente.

    Nem tudo o que escrevemos interessa a todos, e ao mesmo tempo; tem uns posts dela que, digamos, 'não são feitos para mim'... :)

    Ela costuma 'amar desesperadamente', e sofre muito com isso. Bem, talvez só 'pense que sofra, pois, nunca se cansa de 'sofrer'... :)

    Qundo mais novo, andei tomando uns ácidos, LSD; então, para que eu 'viaje', o texto tem que ser muito louco mesmo!!
    Minha visão de amor não bate com a dela, ela é beeem mais 'passional'. Eu, caminho mais pelos sentimentos...
    Paixão é legal, mas, cansa, desgasta, faz sofrer; e eu quero sombra, e água fresca - salgada se for possível (ahhh..., o mar)!!

    Meu sonho, se é que tenho um, seria encontrar uma mina de uns..., hummm..., de 30 a 40, bonita, que quisesse 'estabelecer um contato'... :)

    Vc viu como se pula de um assunto para outro??
    Conversar, é muito bom!!!!
    :)

    Bjs!

    (E a viagem? Vc é uma mulher corajosa. Repito, relacionar-me com vc é uma honra!)

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  8. Ai guria... amei o post! Ja usei banheiro de estrada no meio do sertão da Bahia mulé do céu... Tava voltando de uma concorrência pública, na prefeitura de Barreiras (conheçe?, ja ouviu falá dessa localidade?) tive que vir de ônibus até Salvador pois só tinha avião de três em três dias e eu não aguantava mais ficar lá... O ônibus é uma espécie de cata-jeca que leva absurdas 12 horas pra fazer o trajeto de incríveis 898 km!! Então embarquei no cata-loko 23.00h em Barreias e numa das paradas, as 3.00h da madruga tive que sair do latão pra fazer xixi... o nome do estabeleciemnto era Parada do Parçero, bem assim... então carcule o naipe do banhêro. Nem preciso dizer que fiz tudo em pé, sem tocar em quase nada. Saí do banhêro quase formada em equilibrismo indiano... Bjs mocinha!!

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  9. Oi Sylvio. Pois é, conversar é legal... eu gosto também.. falo de mais..ahahahah
    o duro é que eu não consigo entrar sempre no blog. Acabo ficando mais no email pq é mais prático..rs.. Como eu num me aventurei nessas drogas viajantes..rs.. o blog da Marris já me faz viajar o suficiente..rsrsrrs
    bj

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  10. Gosta de mail?
    Aqui vai o meu: sylvio.d.alencar@hotmail.com.
    Pronto!

    :)

    Tem gente que gosta dessas drogas... eu, não sou fã. tomei, não tomaria mais. Acho que são muito 'fortes', e, desnescessárias.

    bjs!

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Ah, fala vai...