sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Sobre o rio sem fundo

Dai que eu fui lá pra Deus me Livre de novo!

Dois meses sem ver o namorado! DOIS MESES! Qualquer um pode imaginar meu desespero e enlouquecimento.

Passamos um mês inteiro programando os passeios que íamos fazer e como íamos fazer.

E hoje eu to aqui pra contar do passeio mais maravilhoso que eu fiz na minha vida.

Tudo bem que eu não sou lá aquela pessoa viajaaada, mas o passeio é lindo, gostoso, encantador (pra quem gosta de água)!

Lá pra cima tem um tal de Rio São Francisco, que eu tenho que admitir que, apesar de grande, eu não me dava conta da existência dele. Isso devido ao fato de eu passar toda a minha vida tentando decorar coisas de geografia (e história também) para conseguir passar em provas (escola, vestibular) e logo após utilizar as informações, apagá-las da minha memória para sempre.

Odeio essas matérias, odeio decorar as coisas, odeio ter que saber o que é caatinga (que não é o fedô, que se escreve catinga com um A só), odeio ter que saber onde se plantava açucar, ou onde havia criação de gado, captanias hereditárias, regiões de bacias, planaltos e planícies, que região era mais propícia à criação do que, quem era Dom Pedro, migração, emigração, imigração... e todas as trocentas coisas a mais que eu não consigo nem lembrar.

Porque, sinceramente, agora que eu forcei minha memória a lembrar dessas palavras (sendo que muitas delas não fazem o menor sentido pra mim) eu percebi que as únicas coisas que ficaram na minha mente a respeito dessas matérias foram:

Geografia: o professor do cursinho mostrando um mapa com regiões coloridas (pra mim, simples manchas no mapa do Brasil. E já me dou por satisfeita de reconhecer o contorno do mapa brasileiro) e falando de ovinos enquanto um imbecil, sentado lá na frente, perguntava se ovinos eram cabritos (nem precisa falar que o apelido do cara virou caprino né).

História: Imagens de livros (livros quaisquer, primeiro ou segundo grau - hoje ensino fundamental ou médio "meu Deus eu to velha", ou cursinho, quelquer um. Eram todas figuras repetidas) com soldados limpinhos, bonitões e fortões com uniformes impecáveis e uma espingarda na mão. Ah tá, pra não ser injusta com as figurinhas, não posso esquecer daquela que tem a rota que os "portuga" fizeram pra descobrir a gente aqui no Brasil.

Bom, depois de contar TODA a minha VASTA experiência na área de humanas, vou voltar ao meu passeio.

Dai que quando meu namorado (na época peguete - segundo ele mesmo - eu como sou mais antiga, prefiro ficante, mas, cada um tem suas preferências né) passou no concurso e falou que ia mudar pra Deus me Livre e ia trabalhar num orgão federal que cuidava do desenvolvimento do Rio São Francisco, dai eu me dei conta que em algum lugar do passado eu já havia escutado o nome desse rio (é, lembrei que tinha um santo chará do rio).

Agora, bem mais interada do assunto do rio, descobri lá um passeio que tem pra fazer. Vi no site: canion xingó (vale a pena dar uma olhadinha)

Fomos pro passeio no domingo. Saimos cedinho de Deus me Livre e depois de 3 horinhas básicas de estradas (com direito a uma paradinha no meio do caminho pra comer doce de queijo na casinha que vendia doce) chegamos no tal do rio.

Na verdade chegamos na barragem. Lá tem um hidrelétrica (e já que eu não fui com o pessoal da faculdade lá pra Itaipu, foi legal conhecer essa. Tendo em vista que sou engenheira e engenheiro adora ver essas coisas que pra mais ninguém tem graça ou sentido, a não ser o de gerar energia pra poder tomar banho quente ou ligar o ar condicionado).

Chegamos num restaurante que fica praticamente dentro d'água e de lá saiu o barco em direção ao Cânion de Xingó. Quase uma hora navegando. Chegamos num deck que ficava num canto do rio. Não sei se chama deck mas é um estrado de madeira (bem ajeitadinho) onde os barcos paravam e as pessoas desciam para poder nadar no rio.

Eu, empolgadíssima e com umas 2 latinhas de skol na barriga (e na cabeça) e mais nada, peguei o primeiro colete salva-vidas que vi na frente e botei no pescoço. Fui toda animada pra beirada do deck pra pular naquele mundão de água (17 metros de profundidade, por isso o apelido de rio sem fundo, dado por mim mesma, muito criativa).

O salva vidas olhou pra minha cara e falou "Senhora, esse colete é de criança".
Eu: "E se eu pulasse eu ia afundar? Porque eu não sei nadar!"
Salva-vidas: "Ia"

Meu namorado olhou pra mim com uma cara de "só você pra fazer uma dessas" e deu risada (acontece que ele também estava somente com as latinhas na barriga e na cabeça e nem percebeu a minha troca de coletes). Namorado prestativo (e aproveitndo pra tirar onda com a minha cara), me levou de volta pro barco para acharmos um coletinho que fosse apropriado à minha idade. Por via das dúvidas o salva-vidas foi junto pra garantir que a gente não trocasse o colete por outro de criança ou quem sabe de alguma coisa menor. Acho que ele não tava afim de se molhar naquele dia pra salvar ninguém. Besta ele! A água tava uma maravilha.

Depois da saga "a caça ao colete certo", fomos para a beirinha do deck e eu, parecendo aquelas crianças que ficam na beira da piscina infantil com os joelhos semiflexionados (espero que seja assim que se escreve porque eu não decorei nada da nova regra ortográfica, que vai ficar velha e eu não vou apreder) ameaçando pular.

O namorado, legal que ele é, pegou na minha mão e puxou "Vamos!". E eu fui!

Cai naquele mundareu de água e pela primeira vez eu não encostei o pé em lugar nenhum pra me manter com a cabeça fora da água. O coletinho é realmente mágico.

A sensação foi incrível. Aquela água verde (ou azul, sei lá, só sei que não era marrom nem cinza), aqueles paredões enormes de pedra ali do lado medindo um montão de metros. Foi uma sensação única, tranquilizante, libertadora. Muito bom, não tenho palavras pra descrever o que foi aquilo tudo.

Me senti em outro mundo, longe dessa droga desse trânsito que tem aqui em sp, longe das inúmeras ligações dos engenheiros das obras (que não conseguem fazer nada certo lá e depois ficam ligando pra eu consertar as cagadas que eles fazem), longe do frio que as vezes vem arrebentando, longe dos flanelinhas e dos CET's que ficam querendo pegar meu dinheiro, longe das contas que têm que ser pagas, longe do carrefour lotado... longe de tudo, longe do mundo. Aquilo foi irreal. Foi arrebatador!

Valeu cada segundo e cada centavo que eu paguei no passeio. Que a propósito foi só 50 dinheiros por pessoa.

Saimos do rio sem fundo e voltamos pro barco. Mais uma hora (quase) navegando e voltamos para o restaurante da margem.

Muito bom! Muito maravilhoso! Muito perfeito! Quero voltar lá o mais rápido possível, pena que isso deve ser só lá pelo ano que vem, porque esse ano minha agenda já está lotada.

Próxima parada: Maceió (formatura da cunhada)

E eu volto aqui pra contar.

(na verdade eu volto antes, pra escrever umas outras coisinhas que andaram acontecendo, preciso caçar tempo nessa minha vida, porque eu ando meio corrida)

2 comentários:

  1. Meu Deus, deu até inveja agora! Eu adoro nadar, pareço um peixinho *.*
    É tão mágico quando encontramos um lugar ou algo que tem o poder de fazer com que esqueçamos do Mundo...

    Beijão.

    ResponderExcluir
  2. Cara!Nem te conheço e ja te adoro!
    Eu tambéem amo fotografias faço apenas por um hobbye. Vou te acompanhar adorei seus posts! Sim Cayenne é onde eu moro atualmente, é lugar meio pacato, mas eu adoro! vou postar alguns videos da cidade no youtube, da uma olhadinha! beijos agente se cruza, ah! adoro o frio da tua cidade pra dormir agarradinha!bjs

    ResponderExcluir

Ah, fala vai...